ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-9-2002.

 


Aos onze dias do mês de setembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, José Fortunati, Luiz Braz, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Sexagésima Sétima e Sexagésima Oitava Sessões Ordinárias e da Vigésima Quinta Sessão Solene. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 170 e 182/02 (Processos n° 2779 e 2869/02, respectivamente) e os Projetos de Resolução n°s 095, 096 e 097/02 (Processos n°s 2780, 2781 e 2840/02, respectivamente); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Informações n° 195/02 (Processo n° 2858/02); pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informações n° 197/02 (Processo nº 2884/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências, o Pedido de Informações n° 196/02 (Processo n° 2861/02), a Indicação n° 039/02 (Processo n° 2888/02), e o Projeto de Lei do Legislativo n° 181/02 (Processo 2862/02); pelo Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo n° 177/02 (Processo n° 2832/02); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo n° 179/02 (Processo n° 2849/02). Também, foi apregoado o Ofício nº 606/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, comunicando acesso ao sistema para preenchimento da Proposta Orçamentária da Câmara Municipal para o ano dois mil e três (Processo nº 2885/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 018/02, do Senhor Félix de Souza Araújo Sobrinho, Secretário Legislativo da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba - PB; 591/02, do Senhor Pedro Taddei Neto, Coordenador do Ministério da Cultura. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, às Senhoras Terezinha Simon Branco e Maria Solange Fernandes, representantes do Círculo de Pais e Mestres da Escola Estadual Especial Recanto da Alegria, que discorreram sobre questões atinentes ao passe gratuito nos ônibus intermunicipais, ao benefício bolsa-escola e situação  de  alunos  portadores  de deficiência com mais de vinte e um anos, defendendo a adoção de políticas que implementem a qualificação profissional e o maior número de vagas para essa população com necessidades especiais. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Elói Guimarães, Ervino Besson, Sofia Cavedon e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 056/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Estilac Xavier, e 059/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Estilac Xavier, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Marcelo Danéris, João Carlos Nedel e Estilac Xavier; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 164, 166 e 168/02, o Projeto de Lei do Executivo nº 058/02, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Estilac Xavier, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 016/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila referiu-se à Feira da Avenida José Bonifácio, que ocorre aos sábados, reprovando o uso indiscriminado desse local para fins eleitorais. Nesse sentido, criticou o Projeto de Lei do Legislativo nº 012/01, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, o qual dispõe sobre a oficialização do Brique de Sábado no local. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Nereu D'Avila, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães reportou-se ao transcurso, hoje, de um ano dos ataques terroristas aos Estados Unidos da América, argumentando não ter sido uma agressão apenas a esse País, mas a toda a civilização mundial. Também, advertiu para os riscos decorrentes do fanatismo étnico e religioso e defendeu a instituição do dia onze de setembro como uma data a ser rememorada em todos os países. Na ocasião, o Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se sobre o pronunciamento efetuado pelo Vereador Nereu D'Avila em Comunicação de Líder, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reportou-se aos ataques promovidos contra os prédios do World Trade Center, em Nova Iorque, e do Pentágono, em Washington, ambos nos Estados Unidos da América, afirmando que esses atos ainda não foram assimilados pela Humanidade. Nesse sentido, manifestou-se sobre os custos da infra-estrutura necessária para a operacionalização das guerras e alertou para o risco de haver um novo conflito armado entre esse País e o Iraque. O Vereador Raul Carrion pronunciou-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 012/01 (Processo nº 0410/01), declarando apoiar a iniciativa do Vereador Aldacir Oliboni em  oficializar  a  feira  realizada  aos  sábados na Avenida José Bonifácio. Ainda, no que tange ao transcurso, hoje, do dia onze de setembro, lembrou ser esta a data, também, em que se deu o Golpe Militar no Chile no ano de mil novecentos e setenta e três. O Vereador Haroldo de Souza referiu-se ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, enfatizando a sua influência sobre a campanha do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Também, referiu-se à situação de possível desemprego no quadro de pessoal do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, em conseqüência da aprovação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02). O Vereador Fernando Záchia mencionou o fim das atividades da Comissão Especial constituída para estudar a viabilidade da implantação da Linha 2 do Metrô em Porto Alegre, afirmando ter sido alcançado um bom resultado. Nesse sentido, analisou a proposta formulada pelo Vereador Adeli Sell, para que seja formada uma comissão técnica de alto nível, com a finalidade de projetar as etapas subseqüentes dessa obra. Na ocasião, foram apregoadas a Subemenda nº 01, proposta pelo Vereador João Antonio Dib e assinada pelo Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, à Emenda nº 03, e a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, à Emenda nº 04, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 012/02 (Processo nº 0693/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris reprovou o discurso do Vereador Nereu D'Avila, relativo às críticas de Sua Excelência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 012/01 (Processo nº 0410/01). Também, declarou-se solidário aos funcionários do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre e contrapôs-se à manifestação do Vereador Haroldo de Souza, no que se refere à candidatura do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e dada continuidade ao processo de votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02 (Processo nº 0692/02), iniciado durante a Septuagésima Primeira Sessão Ordinária. Em Votação, foi aprovada a Emenda n° 21, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, com ressalva da Subemenda nº 01 a ela aposta, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador José Fortunati, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Foi aprovada a Subemenda n° 01 à Emenda n° 21, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador José Fortunati, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac  Ainhorn, João  Antonio  Dib, José  Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Foi aprovada a Emenda n° 22, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador José Fortunati, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Foi aprovada a Emenda n° 23, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por vinte e um votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Foram aprovadas as Emendas n°s 24, 25, 27, 28, 29 e 30, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. Foi aprovada a Emenda n° 31, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, com ressalva da Subemenda n° 01 a ela aposta. Foi rejeitada a Subemenda n° 01 à Emenda n° 31, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por seis votos SIM, treze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Juarez Pinheiro, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal e Mauro Zacher, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes e Sebastião Melo. Foi aprovada a Emenda n° 32, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, com ressalva da Subemenda n° 01 a ela aposta. Foi aprovada a Subemenda n° 01 à Emenda n° 32, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. Foi rejeitada a Emenda n° 35, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por quatro votos SIM, treze votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Pedro Américo Leal, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Isaac Ainhorn, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Sebastião Melo e Mauro Zacher. Na ocasião, face Questões de Ordem do Vereador João Carlos Nedel, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o processo de votação das Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. A seguir, foi aprovada a Emenda n° 36, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por dezessete votos SIM, quatro votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Mauro Zacher, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Marcelo Danéris e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes e Sebastião Melo. Foi aprovada a Emenda n° 37, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. A seguir, o Senhor Presidente declarou a prejudicialidade da Emenda n° 38, em virtude da aprovação da Emenda n° 03 e de sua Subemenda n° 01, todas relativas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. Também, o Senhor Presidente declarou a prejudicialidade parcial da Emenda nº 39, em virtude da aprovação da Emenda nº 19 e de sua Subemenda nº 01, todas relativas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. Em continuidade, foi rejeitada a Emenda n° 39, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, por oito votos SIM, onze votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Mauro Zacher, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Pedro Américo Leal e Sebastião Melo. Após, o Senhor Presidente declarou a prejudicialidade da Emenda n° 41, em virtude da aprovação da Emenda n° 01 e de sua Subemenda nº 01, todas relativas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. Foi aprovada a Emenda n° 42, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02. A seguir, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a declaração de prejudicialidade da Emenda n°43, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/02, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto e tendo o Vereador Sebastião Melo manifestado-se a respeito. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 012/02, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Luiz Braz, João Antonio Dib, Estilac Xavier, Sebastião Melo e Raul Carrion. Durante a  apreciação  do Projeto de Lei do Executivo n° 012/02, os Vereadores Cassiá  Carpes, Pedro Américo Leal e Maria Celeste  cederam  seus  tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Elói Guimarães, João Antonio Dib e Estilac Xavier. Após, foram aprovadas as Emendas n°s 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 012/02. Foram aprovadas a Emenda nº 03 e sua Subemenda nº 01, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 012/02. Foram aprovadas a Emenda nº 04 e sua Subemenda nº 01, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 012/02. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Sofia Cavedon, aditado pelos Vereadores João Antonio Dib e Adeli Sell, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Às dezessete horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi aprovado o Requerimento nº 141/02 (Processo nº 2767/02 - Moção de Apoio à luta dos bancários pela Campanha Salarial Unificada promovida pela mesma), de autoria dos Vereadores Marcelo Danéris, Raul Carrion e outros. Foi aprovado o Requerimento nº 143/02 (Processo nº 2811/02 - Moção de Solidariedade à Comissão Integradora das Associações de Profissionais de Línguas Estrangeiras Modernas - CIAPLEM - RS, pela sua luta junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, com o intuito de introduzir a opção de vários idiomas estrangeiros modernos no vestibular da referida Universidade), de autoria do Vereador Adeli Sell e outros. Foi aprovado o Requerimento nº 144/02 (Processo nº 2822/02 - Período de Comunicações para homenagear a Associação Canoense de Deficientes Físicos - ACADEF, pela terceira conquista do Prêmio Top Ser Humano 2002), de autoria do Vereador Paulo Brum. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Legislativo n° 271/01 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 110, 111 e 142/02. A seguir, o Vereador Aldacir Oliboni formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 112 e 118/02. Em Votação, esteve o Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Aldacir Oliboni, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador João Carlos Nedel manifestado-se a respeito. Às dezessete horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, João Carlos Nedel, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Hoje o espaço da Tribuna Popular será destinado ao CPM da Escola Estadual Especial Recanto da Alegria. O assunto será: “Passe gratuito nos ônibus intermunicipais, Bolsa-Escola e alunos com mais de 21 anos.”

As Sr.as Terezinha Simon Branco e Maria Solange Fernandes, representando Escola Estadual Especial Recanto da Alegria, vão dividir o tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. TEREZINHA SIMON BRANCO: Srs. Vereadores, em especial Ver. Paulo Brum, que nos possibilitou ocupar este espaço. O senhor habita em nosso coração, Ver. Paulo Brum. Sou mãe de uma aluna do Colégio Estadual Especial Recanto da Alegria. No dia de hoje vimos aqui para falar dos nossos anseios, das nossas angústias. Estamos certas de que, durante a vida pública, os senhores já ouviram muitas queixas, muitos pedidos, muitas reivindicações. Estamos aqui para propor pensarmos juntos em soluções para nossos filhos, para toda nossa comunidade de pessoas portadoras de deficiência mental - especialmente deficiência mental. Gostaríamos de, juntos, poder pensar em soluções que passem por todas as políticas públicas.

Neste momento passo a palavra à Professora Solange, mãe de uma aluna do Recanto, para explanar os nossos trabalhos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. MARIA SOLANGE FERNANDES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou Maria Solange Fernandes, mãe de Rossana Fernandes, aluna desta Escola, e, por este motivo, sinto-me apta a transmitir para os senhores as nossas dificuldades. As políticas para as pessoas portadoras de deficiência evoluíram, mas ainda carecemos de ações que possibilitem o acesso a vários instrumentos e espaços. Uma das grandes lacunas é a saída desses alunos da escola. A escola não deve e não pode ser para sempre na vida de nossos filhos. Precisamos de outros espaços para que eles exerçam as suas capacidades, o seu direito de ser cidadãos. O mercado de trabalho é muito limitado para o portador de deficiência, principalmente se for a mental. O que acaba ocorrendo para a maioria é que retornam para casa e lá permanecem pela falta de espaços para continuarem exercendo as suas capacidades, a sua cidadania. Eles perdem os amigos, param de usar tudo o que aprenderam, deixam de se exercitar e começam a perder a vida aos 21 anos. Sabemos que a escola não deve ser para sempre; temos de pensar em espaços sociais e de trabalho para eles.

Srs. Vereadores, eles são diferentes, e, para tanto, temos de ter políticas diferentes. Necessitamos de trabalho e que, além das quotas específicas para portadores de deficiência, essas cheguem aos portadores de deficiência mental, pois o número ainda é muito pequeno. Precisamos de cooperativas, pois o número de pessoas com deficiência mental acima de 21 anos é muito grande. Precisamos de centros sociais, de esporte e de lazer, mas que atendam às necessidades dos nossos filhos. Necessitamos de espaços de qualificação profissional, para que eles possam se sentir cidadãos. Nenhum dos senhores gostaria de deixar de exercer a sua vida pública, os nossos filhos também não podem retornar para casa. As soluções que temos ainda são reduzidas e precisamos ampliá-las, mas, antes de tudo, precisamos incluir os nossos filhos no coração e nas ações de cada um dos senhores, que V. Ex.as possuam o olhar voltado para as suas diferenças no momento em que fizerem cada uma das leis, e que essas diferenças sejam incluídas no pensamento dos senhores, quando executarem cada uma das ações da sua vida parlamentar. Eles precisam de oportunidades, e os senhores têm a chance de mudar a trajetória de vida desses alunos, nossos filhos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A senhora dispõe de mais cinco minutos.

 

A SRA. MARIA SOLANGE FERNANDES: Nós acreditamos, como mães, que quando o Governo, o Estado está preocupado em criar espaços para os idosos para que eles não se sintam deprimidos, mas para que eles tenham lazer fora de casa, ao mesmo tempo sentimos que o Governo, o Estado estão excluindo os nossos filhos dessa oportunidade. Nós pensamos, como mães, que os nossos filhos realmente não devem permanecer nas escolas a vida toda. Mas, antes tirá-los da escola, que é o único espaço que eles têm de convivência na sociedade, devem ser criados espaços alternativos para eles, porque, do contrário, eles vão ficar em casa. Assim como os idosos, assim como todos excluídos da sociedade, eles irão se sentir deprimidos e não queremos isso para os nossos filhos. Queremos que vocês os olhem como especiais, e o são. Não basta chamá-los de especiais e não tratá-los assim. Então, esse é o ponto que gostaríamos que vocês olhassem, isto é, que olhassem para eles como especiais.

Um aluno de 21 anos, uma criança especial com 21 anos não pode ser considerada adulta, porque ela não o é. A mente dessa pessoa é de 7, 8, 10 anos. Ela não consegue ingressar no mercado de trabalho assim.

Esse é o apelo que fazemos aos senhores. Criem e nos ajudem a criar oportunidades para que eles não sejam mais um grupo de pessoas excluído da sociedade. Tenho certeza de que, se eles pudessem falar aos senhores, o que eles lhes diriam seria: “Não nos excluam, porque já temos muitos excluídos. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. TEREZINHA SIMON BRANCO: Nós tínhamos mais dois assuntos para falar. Nós recebemos, ontem, a lista da Bolsa-Escola, então isso ficou de lado e todas as mães estão vendo na lista se estão recebendo a Bolsa-Escola.

O outro assunto é a respeito das passagens intermunicipais. O nosso Colégio, não é um colégio em que a comunidade participe. Nos colégios especiais as crianças vêm de vários municípios, como Guaíba, Alvorada, Gravataí. Então, nós precisamos da passagem intermunicipal, porque 90% das mães que levam as crianças nesse colégio, principalmente no nosso, que eu conheço bem, são pessoas muito necessitadas e elas não têm condições de pagar a passagem. Muitas vezes, deixam de levar a criança no colégio por não terem a passagem. Então, nós precisamos demais das passagens intermunicipais. A passagem interestadual não é tão necessária como a intermunicipal.

Fazemos, então, um apelo aos Srs. Vereadores no sentido de que pensem junto conosco e nos ajudem a achar soluções para essas crianças, principalmente as portadoras de deficiência mental. E, como já disse, são as mães que mais precisam dessas passagens intermunicipais.

Agradeço a todos os Vereadores, principalmente, o Ver. Paulo Brum, que, como já disse, mora no nosso coração. Muito obrigada (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convidamos as Sr.as Terezinha Simon Branco e Maria Solange Fernandes para comporem a Mesa.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Terezinha Simon Branco e Maria Solange Fernandes, eu quero dizer que o Ver. Paulo Brum não mora apenas no coração de vocês, mas mora também no meu coração.

Eu, como parlamentar, como Vereador desta Câmara, não gosto de pegar bandeira que não seja a minha. Essa bandeira de pessoas com deficiências, competentemente é do Ver. Paulo Brum. Eu quero dizer à Sr.ª Terezinha e à Sr.ª Maria Solange que eu coloco à disposição o Gabinete do PHS, o Ver. Haroldo de Souza e também à disposição do Paulo Brum, para que possamos fazer o que for preciso em torno da Escola Estadual Especial Recanto da Alegria. E fazemos este pedido: não nos excluam, nos incluam, com certeza. Podem contar com o meu Gabinete, através do Ver. Paulo Brum, que tem essa bandeira tão humana que ele defende ao longo dos tempos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria, em nome da nossa Bancada, dos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch e do meu, de dar as boas-vindas à Sr.ª Terezinha Simon Branco, à Sr.ª Maria Solange Fernandes, às demais professoras e diretores da Escola Estadual Especial Recanto da Alegria, e aos alunos, em grande número aqui presentes. Sejam todos muito bem-vindos.

Às vezes o legislador vive atordoado com muitos pensamentos, e vocês vieram aqui hoje nos pedir que incluamos o deficiente no nosso pensamento de legislador. É muito importante esse pedido de que nós tenhamos sempre em mente também o deficiente. Somos parceiros na luta para as passagens intermunicipais; eu sei que é uma luta, mas a Câmara tem comissões específicas, como a de Direitos Humanos e a de Saúde que podem intermediar ou estudar juntas as necessidades de vocês. Vocês vieram aqui nos pedir trabalho, ocupação, renda, cooperativas, centros sociais de esporte e de lazer, espaço para qualificação profissional. Tudo isso são necessidades que a Câmara pode, de alguma forma, ajudar. Também nós temos o Conselho Municipal de Assistência Social, que também pode ajudar e articular ações que visem melhorar a vida do deficiente. Contem com a Bancada do Partido Progressista Brasileiro e sejam muito bem-vindas. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Queremos saudar as Sr.as Terezinha Branco e Maria Solange, que trouxeram à Casa algo que conhecemos, ligado à Escola Especial Recanto da Alegria.

Quero dizer que a Casa tem tido alguma sensibilidade com essas questões que dizem respeito ao assunto aqui trazido, e quero dizer que o Ver. Paulo Brum é extremamente zeloso no encaminhamento, na luta por essas questões.

Queremos, juntamente com os demais Partidos, com a nossa Câmara, colocarmo-nos à disposição no que pudermos ajudar para minimizar essas dificuldades todas por que passa a referida Escola. Têm a nossa solidariedade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente Paulo Brum, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr.ª Terezinha Simon Branco e Sr.ª Maria Solange Fernandes, queremos, em meu nome, em nome da Bancada do PDT, em nome dos Vereadores Isaac Ainhorn, Nereu D’Avila, João Bosco Vaz, do Vereador-Presidente desta Casa, José Fortunati, e do Ver. Mauro Zacher, cumprimentar as senhoras pela luta, estendendo esse cumprimento muito especialmente a todos os alunos que estão aqui presentes e às professoras que os acompanham neste tempo da Tribuna Popular.

Creio que a Casa como um todo tem de ter um reconhecimento pelo trabalho de vocês, pelo deficiente, que é um ser humano igual a nós. Devemos ter um carinho muito especial pelo deficiente. O Vereador que me antecedeu, Haroldo de Souza, colocou muito bem que o Ver. Paulo Brum é um defensor, é um homem que luta diariamente pela causa do deficiente. Temos esse reconhecimento. Portanto, o que queremos, D. Terezinha e D. Maria, é que esse nome, Escola Estadual Especial Recanto da Alegria, permaneça para o bem dessas crianças, que continue cada vez mais viva essa alegria perante a Direção, que são vocês, e que as professoras, professores e alunos tenham sempre aqui da Bancada do PDT o nosso reconhecimento. Parabéns, e continuem nessa luta. A Casa, não só a Bancada do PDT, mas todos os 33 Vereadores e Vereadoras estão à disposição. Estamos irmanados com a luta de vocês. Um abraço a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, caras Professoras Terezinha e Maria Solange, mães, alunos e professores que acompanham essa empreitada, nós, do Partido dos Trabalhadores, temos a alegria de já viver uma mudança, e sabemos que bastante insuficiente na forma de enxergar e de produzir políticas públicas para a criança e o jovem portador de deficiência mental.

O processo das escolas municipais, que pode parecer meio perverso, por ter o aluno de sair da escola aos 21 anos, na verdade, não é essa construção; é um pouco do que vocês já contaram aqui. Nós não devemos segregar o nosso aluno, o nosso jovem portador de deficiência a um espaço da escola. A escola tem a responsabilidade de construir uma saída, mas “tencionar” o conjunto das outras políticas para que realmente aconteçam políticas de integração à sociedade. O terceiro ciclo das escolas do Município é todo voltado para essa integração. Nós construímos estágios, que chamamos de trabalho educativo; temos alunos em vários órgãos da Prefeitura Municipal, aqui na Câmara de Vereadores, e também a FADERS tem alguns alunos aqui. Nós conseguimos, junto com as mães - e daí a importância de vocês estarem-se mobilizando como mães - a constituição de uma Cooperativa de Trabalho Abrigado, que não foi abandonada pelo Poder Público. Lá há professores que continuam o trabalho de educação, ao mesmo tempo que outras Secretarias, como a de Indústria e Comércio, estão promovendo oficinas para eles começarem a trabalhar, terem uma forma de produção. São dois exemplos, muito pouco ainda, temos que reconhecer, de busca de espaços de autonomia e integração na sociedade. Precisamos ampliar isso na área da cultura, na área do lazer, envolver o conjunto das Secretarias. O grande mérito desse momento é passarmos a dizer que não é só a educação responsável: o conjunto da sociedade deve assumir o aluno portador de deficiência, e tem que construir políticas de integração. Parabéns pela luta de vocês. Contem com a Bancada do Partido dos Trabalhadores para continuar achando alternativas para eles. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, saudamos a D. Terezinha e a Prof.ª Maria Solange em nome de quem saudamos todos os professores, alunos e portadores de deficiência aqui presentes ou que nos escutam. Queríamos dizer que é muito importante a vinda de vocês, como muito bem colocaram, é preciso que em cada momento, em cada lei, nós tenhamos presente a situação dos portadores de deficiência. Na verdade, temos que aprender cada vez mais a tratar os diferentes de forma diferente, essa é a verdadeira igualdade, e não o tratamento igualitário aos diferentes.

Muitos avanços creio que já ocorreram, mas muito ainda há para fazer. Ainda no ano que passou, como Presidente da CUTHAB, tivemos importantes debates, discussões sobre a questão da sensibilidade e mobilidade urbana para os deficientes físicos e como todos os prédios, todos os mecanismos da Cidade devem levar em conta a situação dessas pessoas, também aos portadores de deficiência mental que precisam um tratamento especial, que têm importantes potencialidades a desenvolver, muitas vezes não desabrocharam por falta de programas adequados, por falta de medidas adequadas.

Por fim, queria dizer que temos o Ver. Paulo Brum permanentemente preocupado com essa questão, em alguns momentos temos secundados com algumas idéias, o nosso Gabinete está à disposição.

Quanto às passagens intermunicipais, claro, não cabe à nossa Casa tratar, mas assumo, aqui, o compromisso de, inclusive, encaminhar para a nossa Deputada do PC do B, Jussara Cony, as preocupações que vocês expressaram aqui, e, quem sabe possa surgir, naquela outra Casa Legislativa, alguma legislação nesse sentido.

 

Parabéns e muito obrigado pela sua vinda aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Destacamos a sensibilidade da nossa Câmara Municipal, não em especial a este Vereador, mas ao conjunto dos nossos 33 Vereadores que sempre foram sensíveis às questões que envolvem as pessoas portadoras de deficiência.

Registramos que aqui em nossa Câmara Municipal há uma ação pioneira, porque é a primeira Câmara Municipal do País que fez um convênio de cooperação técnica com a FADERS, e aqui nós temos quinze pessoas portadoras de deficiência, quinze jovens que fazem um estágio remunerado, auxiliando esta Casa. São nove deficientes mentais, dois surdos, dois cegos e dois deficientes físicos. Esse é um exemplo para todos os Legislativos, e se o Executivo também assumisse essa parcela, nós conseguiríamos atender a milhares ou talvez toda a demanda das pessoas que necessitam de uma oportunidade de trabalho.

Agradecemos pela presença da Sr.ª Terezinha Simon Branco, da Sr.ª Maria Solange Fernandes, dos pais, das mães, dos professores e alunos da Escola Especial Recanto da Alegria.

Que todos tenham uma boa tarde.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2734/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera o art. 12 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (bens públicos municipais)

 

PROC. 2752/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 056/02, que cria um Cargo em Comissão na Administração Centralizada e dá outras providências. (Assessor Técnico)

 

PROC. 2776/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 059/02, que cria cargos na Administração Centralizada do Município, e dá outras providências. (professor e intérprete de LIBRAS)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2698/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que desobriga da observância das regras do art. 113, III, “a”, da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores, para efeitos de regularização, o prédio que cita e dá outras providências.

 

PROC. 2725/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Ney Galvão um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2745/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Praça Gilberto Leão de Medeiros um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cavalhada.

 

PROC. 2760/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 058/02, que autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo externo junto ao Fundo Financeiro de Desenvolvimento da Bacia do Prata – FONPLATA, com garantia da União, para financiamento de obras de estruturação urbana e recuperação ambiental do Programa Integrado Entrada da Cidade.

 

PROC. 2762/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José Olavo do Nascimento um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Ordem do Dia há nada mais nada menos do que cento e trinta e cinco Projetos a serem examinados. Eu anseio pelo dia da ordem, um dia em que tenhamos um, dois ou três Projetos para serem examinados. Nestes cento e trinta e cinco Projetos há alguns do século passado, de 1997. Nas Comissões devem estar tramitando mais de cem. E hoje, tem mais três. O primeiro, de autoria do nobre Ver. Marcelo Danéris, mais uma Emenda à Lei Orgânica. Ele não quer, acrescentando um parágrafo único no art.12 da Lei Orgânica - que trata sobre alienação... Deveria também ser feito um artigo na Lei Orgânica para deixar mais claro que a aquisição de imóveis também deveria ser autorizada pelo Legislativo na forma da Constituição Estadual, e aí não comprariam o prédio da Rua Jerônimo Coelho esquina com Rua Marechal Floriano, que depois de pagar têm de devolver; se tivesse passado por aqui, não acontecia. Mas o jovem Marcelo quer que a alienação, transferência acionária, cisão ou extinção de entidade da Administração Pública Indireta dependam de prévia aprovação por meio de plebiscito, junto à população do município de Porto Alegre.

Quem mal não faz, mal não pensa, é claro. Eu não conheço, na história do município de Porto Alegre, alienação de patrimônio desse tipo que está previsto no art.12, § 2º, que pretende o nobre Ver. Marcelo Danéris.

É verdade que nós ficamos com a Carris, é verdade que nós temos a PROCEMPA, é verdade que nós criamos a EPATUR, e é verdade que a Prefeitura, a Administração Prefeitoral extinguiu a EPATUR e fez um escritório onde há “um monte” de servidores que são estagiários. Então, estou estranhando. Extinção de entidade de Administração Pública Indireta. A EPATUR era uma sociedade anônima, Administração Pública Indireta. A Carris é uma sociedade anônima que foi encampada pela Prefeitura para que Porto Alegre continuasse mantendo um alto padrão de transporte. Então, acho muito estranho. De qualquer forma, tem mérito, será analisado, até porque o Estado já está tentando uma Emenda nesse sentido, mas no histórico da Prefeitura não tem vendas. Não tem. Nem parte das ações que a Prefeitura detém lá na Carris foram vendidas. E eu devo dizer que também tenho quinhentas ações da Carris. Mas, de qualquer forma, vamos examinar com o carinho que merece ser analisado e tem onze assinaturas.

Vejo, hoje, que os funcionários do Montepio estão preocupados, não estão recebendo seus salários, mas as grandes figuras do Montepio estão recebendo, não está faltando dinheiro para eles.

E mais dois Projetos criando cargos. Já disse outro dia que o importante era ver tudo o que tem de fazer na Prefeitura e fazer um plano classificado de cargos e fazer as alterações estatutárias que são necessárias, mas a Prefeitura parece que vai fazer de conta-gotas, tem dois. Mas acho muito estranho, e não entendo do assunto, estão criando aqui 10 cargos de intérprete de língua brasileira de sinais e 10 de professor de língua brasileira de sinais. Tenho a impressão de que o professor pode interpretar; se ele ensina, ele interpreta. Só não vou nunca entender que o professor vá ganhar menos que o intérprete. É uma coisa que, evidentemente, eles estudaram bem, estão criando 20 cargos e mais um de assessor tradicionalista. Era só tirar um CC, desses tantos que estão aí, e fazer jus ao tradicionalismo, que está lembrado que começou no Júlio de Castilho e eu lá estava, em 1947, com Paixão Cortes, com Luiz Carlos Barbosa Lessa e tantos outros.

Então, vamos estudar. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Paulo Brum na presidência dos trabalhos; Sr.as Vereadoras; Srs. Vereadores; cidadãs e cidadãos de Porto Alegre que acompanham esta Sessão. Nós temos hoje, na Pauta, uma proposição da Prefeitura Municipal de Porto Alegre que expõe a esta Casa uma importante questão que é a busca de financiamento da Entrada da Cidade; um projeto que, infelizmente, numa campanha eleitoral anterior, ficou numa disputa mesquinha, inclusive num linguajar rebaixado se falava no “favelão do PT”. Não fomos nós que construímos ou que demos vazão a essa questão. É uma questão histórica. É um problema histórico que vem perseguindo nossa Cidade ali na entrada, com pessoas que não têm condições de morar em outro lugar e moram em condições extremamente precárias. Mas quero lembrar que há algum tempo aquilo era um banhadão. Obras realizadas pelo DEP, e mais recentemente, Sr.as e Srs. Vereadores, realizadas pelo DMAE, todos aqueles casebres, Ver. Marcelo Danéris, por mais pobres, humildes que sejam aquelas pessoas - e nós temos inclusive problemas, muitas vezes denunciados nos jornais, de transgressão da lei - elas têm água para beber. Lá na ponta, na última ponta o DMAE fez ligações de água há uma semana. Nós agora temos um projeto construído por vários órgãos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre para que, em torno de 5 anos, nós possamos ter, praticamente, resolvida toda aquela triste e lamentável situação de pessoas que moram em condições verdadeiramente precárias. Mas nós já fizemos um bom caminho. Temos feito drenagem, temos construído esgotos. O Ver. Carlos Pestana, na sua administração junto ao Departamento Municipal de Habitação, começou e articulou o processo da construção da Vila Tecnológica, inclusive com novas modalidades construtivas, numa parceria com a Universidade. Nós vamos dar continuidade a esse processo, não simplesmente fazendo uma casinha ao lado da outra, mas, em alguns lugares, sobrados e pequenas construções de até três andares. É um processo que ainda vai demorar um pouco, há dinheiro nosso, dos nossos impostos colocados nesse processo e a Prefeitura pede, mais uma vez, que possamos contrair empréstimo junto ao FONPLATA. Graças ao financiamento do FONPLATA, estaremos concluindo, muito em breve, a ampliação do Hospital de Pronto Socorro, que atende 54% de pessoas fora de Porto Alegre. O FONPLATA também foi importante para a dragagem do arroio Dilúvio, que está quase totalmente feita. É um bom caminho que estamos percorrendo e será melhor ainda, porque nos levará a um espaço em que as pessoas viverão melhor. Haverá um novo arruamento e inclusive haverá um pequeno parque estreito, porém verde, bonito e colorido como são sempre as primaveras de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos hoje à tarde, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, apresentei um Projeto que trata sobre as privatizações no município de Porto Alegre. Quero ler a parte fundamental deste Projeto: (Lê.) “A alienação, transferência acionária, cisão ou extinção de entidades da administração pública indireta, dependerá de prévia aprovação por meio de plebiscito junto à população no município de Porto Alegre”. Do que trata este Projeto? É importante lembrar que o nosso País, assim como o nosso Estado passou por um processo pesado de privatizações. Hoje essas mesmas privatizações são negadas por aqueles que as fizeram e pelos Partidos que as sustentaram. Hoje negam as privatizações e dizem não fazerem mais privatizações. Mas quem sabe vamos fazer um balanço dessas privatizações? No País, foram gastos, Ver. Juarez Pinheiro, em torno de 80 bilhões de reais de dinheiro público para viabilizar as privatizações. O total arrecadado com as mesmas privatizações neste País foi de 78 bilhões de reais, ou seja, o Brasil perdeu dinheiro, perdeu orçamento fazendo as privatizações, no mínimo, que se saiba, 2 bilhões de reais. Mas, digamos que, mesmo perdendo 2 bilhões de reais, o resultado das privatizações tenha sido bom para a população brasileira. Diziam os que queriam privatizar: “Vamos tirar, no País e no Estado, de onde não é necessário, e investir onde é necessário: na saúde, na educação e na habitação.” Nós podemos olhar para o nosso País e dizer que nem a saúde, nem a habitação, nem a educação melhoraram com as privatizações. E para piorar a situação ainda tivemos o “apagão”. O “apagão”...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, nós estamos em Pauta.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Estou falando do meu Projeto sobre as privatizações. Eu sei que o Partido do Ver. Paulo Brum, em nível federal, fez as privatizações.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não é isto Vereador, V. Ex.ª pode continuar.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Eu estou falando do Projeto de privatizações, que é o meu Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): No município de Porto Alegre?

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Exatamente, Projeto sobre as privatizações. Mesmo não querendo fazer o balanço, é necessário fazer este balanço, pois essas privatizações oneraram a população brasileira, que hoje tem de pagar a conta do “apagão” no País: fizeram a população trabalhar contra o gasto excessivo de energia e agora autorizam aumento nas contas de luz no País inteiro. Mas, agora, no Estado, os mesmos que promoveram a privatização no Estado são contra a privatização. E a Assembléia Legislativa aprovou uma Emenda que proíbe a privatização do BANRISUL - aquele mesmo BANRISUL que seria privatizado, não fosse a nossa vitória em 98 - se não autorizada por um plebiscito. A Emenda foi aprovada por unanimidade na Assembléia Legislativa. Há um Projeto na Assembléia Legislativa que amplia esse plebiscito para autorizar privatizações também para todos os órgãos do Governo da Administração Direta. Esse mesmo Projeto é o que eu estou apresentando aqui. Essa Emenda, que foi aprovada por unanimidade na Assembléia, espero que seja aprovada também por unanimidade aqui na Câmara. Assim como evitamos, no Governo, a privatização do BANRISUL, a privatização da CORSAN, a privatização da CEEE, a privatização da PROCERGS, nós temos condições de evitar que, no município de Porto Alegre, um aventureiro qualquer queira privatizar a PROCEMPA, o DMAE, a Carris, a EPTC, o DEMHAB; sim, nós temos as condições. Se, na história de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, não tivemos nunca privatizações, é porque tivemos Governos sérios à frente da Prefeitura, inclusive o seu foi um deles. Nós, desde 1988, não privatizamos em Porto Alegre, onde governa a Frente Popular, mas, se em 1988, não tivesse ganhado o Olívio Dutra para Prefeito de Porto Alegre, e sim o outro candidato que concorria com ele, que privatizou no Estado, certamente já teríamos privatizado muito aqui em Porto Alegre. Vamos evitar - se não for excesso, será, no mínimo, precaução; se não prejudica, vamos aprovar por unanimidade. Conto com o voto de todos os Vereadores da Câmara Municipal para aprovar este Projeto que vai evitar a privatização se não for ouvida a população de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acabou de me anteceder o Ver. Marcelo Danéris, que propôs um Projeto de Lei de Emenda à Lei Orgânica, que prevê que qualquer alienação, transferência acionária, cisão ou extinção de entidade da Administração Pública Indireta dependerá de prévia aprovação por meio de plebiscito junto à população de Porto Alegre. O Ver. Marcelo Danéris gosta muito de fazer proselitismo político, mas, na verdade, às vezes, não sabe o que está escrevendo. Ele diz: “alienação”, “transferência acionária”. A Prefeitura tem muitas ações, ações como as da Brasil Telecom, relativas aos seus telefones. Então, no dia em que a Prefeitura quiser transferir essas ações, vender algum telefone, terá que fazer um plebiscito em Porto Alegre, Ver. Mauro Zacher. Ora, este Projeto tem dificuldades. O Município também tem ações do Banco do Brasil, e o Município, aliás, já pediu autorização à Câmara para aliená-las, e a Câmara concedeu. O Município também tem ações da ELETROBRÁS, da ELETROSUL, e terá a mesma dificuldade. Ora, não dá para entender: há pouco tempo, a Prefeitura insistiu em extinguir a EPATUR, e a Câmara relutou muito, porque era uma grande bobagem extingui-la. Pois bem, disseram que, com a extinção da EPATUR, Ver. Elói Guimarães, iriam transformar Porto Alegre numa cidade turística, incentivando o turismo. O que acontece hoje? Nada! Criou-se um escritório junto à SMIC. Podem ter muita boa vontade, mas ele não funciona, como não funcionam os banheiros do Belvedere Rui Ramos, lá no Morro Santa Tereza, que estão abandonados. É um horror! Eu estive lá, fotografei e mostrei as fotografias aqui nesta Casa. Nada foi feito sobre turismo! E a EPATUR foi extinta. É uma pena, mas vamos estudar.

Se nós fizéssemos um plebiscito para extinguir a EPATUR, o custo seria duas ou três vezes maior do que o custo da própria EPATUR, criando custos para a nossa Cidade.

Afora isso, Ver. Elói Guimarães, o Prefeito está pedindo assessor técnico para o nativismo e o tradicionalismo. Parece incrível que nos quadros da Prefeitura, nos quadros da Secretaria de Educação ou da Secretaria de Cultura não exista nenhuma pessoa que entenda, que seja especializada em nativismo e tradicionalismo. Precisa criar um cargo específico, gastando mais quase 60 mil por ano com esse cargo. Será que não tem ninguém que entenda do nosso tradicionalismo, como V. Ex.ª, Ver. Elói Guimarães, que também entende e cultua? Acho que temos de estudar. Ou será apenas uma necessidade política? Este Projeto está aqui na Câmara para ser estudado pelos Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, distinto público, estamos discutindo, em 1.ª Sessão, três Projetos. O primeiro, do Ver. Marcelo Danéris, que faz uma alteração na Lei Orgânica, propondo plebiscito para qualquer possibilidade de privatização aqui em Porto Alegre. O segundo é o que cria os cargos técnicos aqui expostos pelo Ver. João Carlos Nedel. E o terceiro, deste o Ver. João Carlos Nedel não falou; ele resolveu dar um tratamento jocoso à questão dos tradicionalistas; eu não sei o que é que tem o Ver. João Carlos Nedel contra os tradicionalistas, talvez seja um preconceito com a cultura do Estado, mas ele não falou do terceiro. O terceiro cria professor e intérprete de Libras. Libras é a linguagem dos surdos. Nesse Projeto, meritório, o Vereador não falou, e resolveu tratar de forma jocosa a questão do assessor técnico, e, de forma deselegante, o Projeto do Ver. Marcelo Danéris; mal consegue esconder que, na verdade, é um privatista. Na verdade é isso: o Ver. João Carlos Nedel gosta de privatizar.

Há um ano, Ver. João Antonio Dib, em Sessão de dois turnos, nos dias 22 e 27, votamos aqui na Câmara, e alteramos a Lei Orgânica, e é isso que pretende o Projeto do Ver. Marcelo Danéris, de que aqui em Porto Alegre a prestação do serviço de água e esgoto só pode ser realizada por empresa pública, impedindo, pela Lei Orgânica Municipal, a privatização. Foi uma resposta desta Casa à proposta do Projeto de Lei do Executivo Federal n.º 4.147, que visava, e visa ainda, a retirar a titularidade da prestação do serviço de água pelos municípios, cuja idéia é concentrar nos vinte e sete Estados membros, nas empresas estaduais, estrangulá-las, depois, econômica e financeiramente, fazer uma campanha de mídia dizendo que o serviço de saneamento é ruim, que não presta, que se fosse executado por empresa privada voltaríamos a ter água e esgoto em abundância, etc., etc.. É tudo que se prepara sempre contra o serviço público. Foi assim que se preparou a venda da energia, foi assim que se preparou a venda da CRT, e só não continuou porque todos sabem como é que foi a história das eleições de 98, porque na lista estava o BANRISUL, a CORSAN, a SULGÁS, outros e outros, e o que restava da CEEE.

Então, o Projeto do Ver. Marcelo Danéris é meritório, e esta Casa tem de se debruçar sobre ele. Aliás, na esteira do que fez a Assembléia Legislativa, em relação à CORSAN e à CEEE, e, agora, existe um PEC (Projeto de Emenda Constitucional) à Constituição Estadual, que prevê o plebiscito, também, para o BANRISUL, CORSAN e outros, aos quais me filio à proposta.

Aproveito este um minuto que me resta para falar sobre o Projeto Integrado da Entrada da Cidade. O Ver. João Antonio Dib, na segunda-feira, fez um conjunto de considerações, inclusive, algumas, ele reconheceu de que havia na Casa os documentos; fez também uma intervenção, cobrando-nos algumas siglas que depois eu informei num microfone de apartes. O importante deste Projeto é que com esses 140 milhões de reais aplicados em cinco anos, com recursos do HABITAR e do FONPLATA a cidade de Porto Alegre vai terminar eliminando com uma chaga que tem mais de 20 anos e que está no Centro da Cidade e na entrada da Cidade, que pega a Av. Castelo Branco e vai ao longo da Freeway, ali se fazendo um trabalho que vai dar moradia digna para doze mil pessoas. Vamos fazer a ligação com o viaduto da Teodora com o Bairro Navegantes, em que se vai colocar três projetos de geração de renda, com galpões e usinas de reciclagem, o que vai fazer com que aquela região se viabilize economicamente. Isso sem contar as três novas praças que serão implantadas em função do que lá já existe, porque não há praças na região do Humaitá/Navegantes, e vão ser criadas outras tantas.

Portanto, é um Projeto altamente meritório e que serão investidos, Ver. João Antonio Dib, só na entrada da Cidade, 140 milhões de reais, que é muito mais do que todo o investimento da Cidade hoje aplicado pelos planos de investimento em um ano, e aquela parte da Cidade merece. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrado o período de discussão de Pauta.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente Paulo Brum, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero trazer um assunto importante para a Cidade. Nós fomos quem, através de Projeto de Lei desta Casa, oficializamos o Brique da Redenção, que é um orgulho para os porto-alegrenses e para os gaúchos. É um ponto altamente politizado, democrático, aberto, que honra a cidade de Porto Alegre. Existe uma feira que funciona aos sábados na Rua José Bonifácio, cujo Presidente esteve aqui, certa ocasião, na Tribuna Popular, e referiu-se ao “meu Vereador”, que era o Ver. Aldacir Oliboni, quando eu disse: “É seu, não meu!” Tal a intimidade que tem. Esse cidadão que agora assina um manifesto, distribuído para os Srs. Vereadores, está fazendo um lobby junto ao Ver. Aldacir Oliboni, para que aprovemos um comitê eleitoral, que ele transformou na sua banca com seus filhos e suas filhas, e onde ele ganha dinheiro com espaço público e prometeu que deixaria a presidência agora em agosto e não a deixou. Está cheio de propaganda lá, do Tarso, da Maria do Rosário e do Oliboni, que é um direito dele, só que não vamos transformar a casa em cabo eleitoral do PT no Brique da Redenção. É muito importante o Brique da Redenção para esse proselitismo eleitoral. Quero chamar a atenção dos meus colegas! É um desrespeito com esta Casa e eu não me submeterei! E o Ver. Aldacir Oliboni, agora, vem insistindo para votar o Projeto. Esse Projeto está há um monte de tempo aqui e por que agora antes das eleições? Porque ele está lá em todos os sábados e domingos, com o PT faturando, constrangendo os outros que expõem lá e que não são do PT. Alerto os meus colegas: será um capitis diminutio para esta Casa aprovar algo semelhante a isso antes das eleições. É importante sim, como o Brique de domingo o Brique de sábado, mas que não queira nos fazer de bobos, o aprovando. Eu denuncio aqui esse cidadão que é presidente lá. O PT que é tão contra o nepotismo, Ver. Sebastião Melo, tem no mínimo cinco parentes lá trabalhando sábado na banca com um público maravilhoso. Que maravilha, num espaço público, público assegurado aos sábados! Então, a família ganha um rendimento muito bom sábado, lá. Agora, o Ver. Aldacir Oliboni quer que aprovemos o Projeto. Quem for lá sábado poderá ver na banca e no seu carro propagandas do Tarso, Maria do Rosário e Oliboni. Se ele colocar o carro em qualquer lugar de Porto Alegre, eu respeito e digo: muito bem, é o seu direito de cidadania. Agora, num espaço público que eles querem que aprovem aqui e oficializem? É absolutamente imoral, indecente e antiético, e eu me admiro que o Ver. Aldacir Oliboni, que se veste de Jesus Cristo, assine embaixo essa situação. Temos de respeitar a Bíblia e dar direito para todos, Vereador. Não adianta se vestir de Jesus Cristo quando não se pratica o que Jesus ensinou.

Por isso, eu digo aos meus colegas da Câmara Municipal: este Projeto não pode, não deve e não será aprovado antes das eleições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de requerer para que seja retirado dos Anais a fala do Ver. Nereu D’Avila com relação ao nome citado como Presidenta da Associação, porque a Presidenta é a Sr.ª Míriam Palazzi e nada tem a ver com o senhor que ele citou na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Vereador estava em Comunicação de Líder e, portanto, é ele que decide sobre o seu pronunciamento.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, esta data, 11 de setembro, é uma data que, a partir do ano passado, marca um momento extremamente complexo na história da própria humanidade.

Talvez, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não tenhamos compreendido na profundidade os acontecimentos que se deram quando o mundo todo, o planeta Terra, acompanhou aquela tragédia envolvendo as duas torres localizadas nos Estados Unidos.

Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aquele não foi um atentado contra um País, não foi um atentado contra esta ou aquela nacionalidade, aquilo a que o mundo assistiu, impactado, foi um atentado contra a própria civilização como um todo. Todos tombamos diante daquele episódio.

Eu penso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que é uma data que deve ser consagrada, internacionalmente, à reflexão sobre o papel das ideologias, o papel dos costumes, enfim, o papel do próprio homem. Na raiz desse acontecimento que sacudiu o mundo há uma verdade que é a irracionalidade. Ali faltou a razão. O acontecimento tem uma base que deve merecer a unanimidade, que é a condenação da própria civilização contra o que se poderia chamar de fanatismo.

Só o fanatismo, que não tem preceito, que não tem ética, que não tem nada, é capaz de produzir uma agressão daquela natureza e daquela violência. Então, as nações, a sociedade e a própria civilização têm de partir da premissa de que não podemos, jamais, aceitar a ideologia que se assenta no fanatismo, porque essa não tem racionalidade.

Jamais poderíamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, imaginar que seres humanos bestializados se transformassem em verdadeiras armas contra si e contra todos, contra a civilização, contra a vida, contra a verdade. Essa é toda a dimensão de um acontecimento que deve merecer a reflexão, para que a humanidade possa tentar, refletindo sobre esse acontecimento, um dia, talvez, não permitir que acontecimentos desses venham a enlutar de forma tão trágica a humanidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, apenas para esclarecer que a manifestação em Comunicação de Líder do Ver. Nereu D’Avila foi uma posição individual dele e não uma posição da Bancada, pois a Bancada ainda não tem posição sobre a questão da oficialização do Brique. A Bancada respeita a posição dele. É a manifestação que gostaríamos de fazer. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Só para alertar o Ver. Isaac Ainhorn, o Ver. Nereu D'Avila manifestou-se em Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas não é a posição da Bancada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saúde e paz. Hoje eu só quero paz. Todos nós estamos lembrados que, há um ano, o mundo, abismado, assistia ao horror do que acontecia na cidade de Nova Iorque, e que não deixou ninguém, ou pelo menos muito pouca gente, feliz no mundo. O mundo não concordou com aquela violência, mas o mundo vive permanentemente com guerra e violência. Escolhi uma frase de Charles Summer, que diz o seguinte: “Dê-me o dinheiro que foi gasto com guerras e eu vestirei cada homem, mulher e criança com trajes dos quais os reis e rainhas se orgulharão. Construirei uma escola em cada vale sobre toda a terra. Coroarei cada montanha com um lugar de adoração consagrado à paz”. A paz é realmente a coisa mais necessária no mundo em que nós vivemos. Eu tive o cuidado de fazer a verificação de quanto custa uma carga de balas calibre 38 para um revólver:  12 reais e 50 centavos. Doze reais e cinqüenta centavos permitem que uma família se alimente a semana inteira, por incrível que pareça, e bem alimentada; é só saber alguma coisa de nutrição, que se vê o que dá para fazer em uma semana inteira. E o mundo usa aviões que disparam duas mil balas por minuto, e essas balas não custam 12 reais e 50 centavos cada uma; custam muito mais e só fazem barulho, ferem e machucam quem não deve ser ferido, quem não deve ser machucado. E o míssil de 2 milhões de dólares? E os aviões a jato? Olhamos aquelas populações africanas, morrendo à míngua, sem alimentos, mas os seus governos têm aviões a jato porque precisam fazer ostentação de força. Mas a maior força que existe é a paz! Quando todos podem ser alimentados, quando todos podem ser educados, quando todos podem ter habitação, nós ficamos aplaudindo a guerra. Hoje, neste momento, nesta hora, em algum lugar do mundo, milhares de tiros estão sendo disparados. Pessoas estão sendo feridas e mortas sem nenhuma necessidade, sem nada que venha de bom para nós. Mas se o mundo tivesse paz, se todos tivessem educação, saúde, habitação, talvez tivéssemos muito menos gente no mundo, por incrível que pareça, porque não haveria necessidade de chineses e outros tantos aumentarem desmesuradamente suas populações, porque haveria educação, haveria planejamento familiar, as crianças nasceriam sadias, e os pais saberiam que elas poderiam chegar a uma vida normal e comum e serem úteis às suas comunidades. Mas nós queremos guerra. Todos os dias têm guerra. E agora, mais uma vez, o Presidente americano está-se preparando para uma guerra. Quem ganha com a guerra? Apenas algumas centenas de famílias no mundo que fabricam armas e que poderiam gastar esse dinheiro, como disse o pensador, na educação, na saúde, na vestimenta de cada um de nós, e nós ficamos batendo palmas para aqueles que fazem guerra. Pois hoje, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu apenas insisto que quero paz. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Sr. Vereadores, todos que nos assistem no dia de hoje aqui ou também nas suas casas. Queríamos, em primeiro lugar, saudar os artesãos da Feira do Sábado, da Av. José Bonifácio, aqui presentes suas lideranças. Feira que há mais de dez anos lá existe enchendo de beleza os nossos olhos com os seus trabalhos, enriquecendo a cultura desta Cidade. Creio que brevemente poderemos legalizá-la através do Projeto que tramita nesta Casa. Já recebemos o material, e, hoje, talvez, um dos maiores empecilhos à feira era a contradição que existia entre a Associação dos Moradores do Parque Farroupilha e os feirantes, mas isso parece ter sido solucionado, havendo já um termo de compromisso e, nesse sentido, contribui para uma aprovação nesta Casa. Parabenizo e saúdo vocês pela presença aqui, nós apoiamos essa oficialização e essa legalização da Feira.

Em segundo lugar, 11 de setembro, data em que a grande mídia internacional se dedica a trazer os trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, quando ocorreram os atentados terroristas contra as torres gêmeas na ilha de Manhattan em Nova Iorque. Como historiador, gostaria de relembrar que o 11 de setembro também é uma data trágica para os povos da América Latina, mas parece que, para as grandes agências internacionais de imprensa, só valem os mortos do hemisfério norte. As dezenas de milhares de chilenos assassinados pelo brutal e fascista golpe militar de 11 de setembro de 1973, sob o mando do império do norte, o verdadeiro império do mal. Essa data não existe para a Society Press, essa data não existe para a grande imprensa vendida aos monopólios nacionais e internacionais. Naqueles trágicos dias, em 11 de setembro de 1973, eu estava em Santiago do Chile, exilado por outro regime militar terrorista aqui no Brasil, assim como milhares de argentinos, de uruguaios e outros latino-americanos lá viviam expulsos dos seus países pelos regimes militares colocados nesses países pelos norte-americanos. De lá eu assisti ao bombardeio do Palácio de La Moneda, onde o grande líder chileno Salvador Allende veio a morrer, empunhando, na defesa do seu povo, uma metralhadora para enfrentar os tanques e os aviões dos norte-americanos, por intermédio da CIA, e outros órgãos executaram esse golpe.

Quero relembrar os civis, os inocentes mortos em Nova Iorque, e o meu Partido, o PC do B, trouxe, no mesmo dia, nesta tribuna, o repúdio a esse atentado terrorista e a solidariedade às famílias das vítimas. Mas eu também gostaria de dizer que não são só os mortos norte-americanos que o mundo deve prantear, o mundo deve prantear também os milhares de chilenos, de brasileiros, de uruguaios, de argentinos, de venezuelanos, de bolivianos que foram mortos por esses regimes militares.

O império do mal, que, naquele momento, teve a solidariedade do mundo, teve a oportunidade de passar a jogar um papel na busca de um mundo de paz, de fraternidade, mas optou pelo caminho contrário, e, em 20 de setembro de 2001, declarou guerra ao mundo, declarou guerra aos povos, quando disse que quem não estava com o império do norte estava contra ele, e atacou o Afeganistão e agora prepara um ataque ao povo do Iraque, usando argumentos imperialistas, guerreiros e de dominação do mundo, assim como continua - e concluo, Sr. Presidente - barbarizando também os povos palestinos, porque detrás da mão do belicismo de Israel está, evidentemente, o império do mal, o império norte-americano.

Portanto, a nossa solidariedade ao povo americano, mas a nossa solidariedade a todos os povos agredidos pelo belicismo norte-americano. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente em exercício, Paulo Brum, pelos discursos inflamados aqui vamos resolver os problemas do mundo. Sou contra a violência, mas os Estados Unidos procuram, todos os dias, chifre na cabeça de cavalo. E, aqui, se planta, colhe. As vidas humanas perdidas no dia 11 de setembro do ano passado ninguém recupera, mas o dia 11 de setembro deve servir para reflexão mais profunda dos norte-americanos a respeito do resto do mundo.

Por falar em mundo, falemos do nosso mundinho. E o jornal O Estado de São Paulo, hoje, traz a manchete: “MST anuncia apoio oficial à candidatura Lula.” Até aí tudo bem. Só que há um problema: estão preocupadíssimos em dizer que o PT não tem nada a ver com o MST. Tem sim, porque o Lula declara, no jornal O Estado de São Paulo, que acha ótimo. “O Brasil inteiro sabe que o MST está trabalhando para mim.” Também está escrito: “O MST vai entrar de cabeça, é importante eleger Lula já no primeiro turno.” Só esperemos que o MST, pelo menos em campanha eleitoral, saiba se comportar, ao contrário do que ele não sabe quando vai em busca de suas reivindicações, invadindo prédios públicos. Definitivamente quem está falando aqui que o MST é braço, sim, do Partido dos Trabalhadores, é o seu líder maior, o Sr. Lula, que pertence ao Partido dos Trabalhadores, mas que não trabalha há muito tempo! A respeito ainda do MST, Amorim destacou que o empenho pela vitória de Lula não exclui ocupações de terra, ele disse que elas não têm ocorrido porque este não é o período. Então estamos conversados. O MST está quieto até que terminem as eleições, depois eles voltarão a agir. Estou recebendo... Tudo que recebo no meu gabinete, levo ao conhecimento das pessoas. Votei a favor do Projeto da Previdência Pública, mas não estava informado de que isso poderia causar desemprego.

Passo a ler isso aqui: “Os empregados do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre vêm, através desta, manifestar protesto, pois em nenhuma ocasião foram lembrados por essa Casa.” E eu disse a eles mesmos que não fui procurado em meu gabinete uma vez sequer a respeito deste caso dos funcionários do Montepio. (Lê.) “É de conhecimento público que a Autarquia vai necessitar contratar pessoal para seguir adiante a missão de gerar a Previdência. Desta forma, por que não aproveitar empregados do próprio Montepio, que já possuem estrutura e capacidade humana há trinta e nove anos para gerar previdência. O próprio Executivo Municipal já testou a aprovou esta estrutura quando, na intervenção, estiveram administrando o Montepio por um bom período, no qual puderam presenciar a capacidade do quadro funcional desta entidade.

Salientamos que muitos dos empregados do Montepio foram contratados através de concursos públicos realizados pela própria Prefeitura de Porto Alegre e suas diversas autarquias, com aproveitamento dos aprovados ao Montepio, bem como concursos públicos efetuados pela Entidade.

Apelamos aos Srs. Vereadores para que nos apóiem nesta luta para não aumentar o ‘drama’ do desemprego, pois os empregados, por várias décadas, prestaram atendimento voltados exclusivamente para a família municipária com total zelo e dedicação. E agora? Seremos descartados?”

E, agora, eu pergunto: como é que fica? Vamos com o Projeto aumentar o desemprego? O “abacaxi” nós arrumamos, agora precisamos descascá-lo, de um jeito ou de outro. E eu sugiro àqueles prejudicados pelo Projeto da Previdência, com relação ao qual, repito, votei a favor: se for preciso, entrem na Justiça, porque Justiça foi feita para isso mesmo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, tenho sempre me manifestado e dito que tenho muita honra em fazer parte deste Parlamento Municipal. Sou daqueles que gosta, e acredito muito na função do Parlamento.

Esta Casa encerrou os trabalhos de uma Comissão Especial para analisar a viabilidade da implantação da Linha 2 do Metrô na cidade de Porto Alegre. Essa Comissão Especial composta por doze Vereadores ao longo de três meses ouviu todos os segmentos envolvidos, todos aqueles que quiseram participar em nível municipal, estadual e federal. Aqui se discutiram e debateram os projetos já existentes do TRENSURB. Debateu-se a avaliação, a análise feita pela EPTC sobre esse projeto. Discutiu-se de uma maneira absolutamente aprofundada sobre essa matéria e consensualmente todos aqui presentes sempre manifestaram a necessidade da construção dessa grande obra do interesse da cidade de Porto Alegre e da Grande Porto Alegre.

E esta Casa fez um trabalho extremamente proveitoso, teve a sua responsabilidade de saber a sua função para que esta Casa também tenha a sua existência necessária no conjunto da cidade de Porto Alegre, isentada de qualquer situação partidária, qualquer situação política, mas pela necessidade de a avaliação ser feita, fez esta análise de uma maneira - repito - extremamente profunda, e o Ver. Adeli Sell, que era o Relator e foi o Relator dessa matéria entregou a sua peça, o Relatório, no dia de ontem. E o Relatório é absolutamente correto, um relatório construtivo, um relatório que contempla os interesses da cidade de Porto Alegre, contempla os interesses da população de Porto Alegre. E um relatório, Ver. Adeli Sell, completamente isento de qualquer situação partidária que V. Ex.ª possa ter, qualquer situação partidária que eu - enquanto Presidente dessa Comissão - pudesse ter. V. Ex.ª foi muito feliz e relata como a “década do Metrô”, estipulando esta década que iniciou como a do Metrô, porque tem que ser definida a sua construção, realizada a sua construção.

Nós sabemos que é uma obra que demanda sete anos no seu período construtivo, mas Porto Alegre tem uma limitação ainda da necessidade da fluidez do seu tráfego e, quem sabe, no máximo, em dez anos. Então, essa definição como sendo a “década do metrô” vai fazer e faz com que as autoridades municipais, estaduais e federais possam, chegando a um entendimento, viabilizar e realizar essa obra.

Conclui o Ver. Adeli Sell, fazendo a avaliação, toda a análise técnica, toda a análise política, toda a análise situacional da questão da construção do Metrô. Encerra o Ver. Adeli Sell propondo a constituição de uma comissão de alto nível com a indicação oficial de representantes de cada esfera do Governo, política e técnico-gerencial visando à elaboração de uma agenda de reuniões de trabalho conjunto no sentido de formatar e detalhar a estrutura de um possível caminho a ser seguido para viabilizar a continuidade dos estudos e projetos com vistas à estadualização e expansão do projeto da Linha 2.

O que quer o Ver. Adeli Sell no seu Relatório aprovado por todos os Vereadores? Quer fazer com que haja um entendimento, quer fazer com que haja a participação de todos os segmentos interessados e envolvidos nessa obra para que não tenhamos no discurso e o motivo de dizer que temos de fazer reuniões preparatórias, que temos que avaliar, que temos que analisar, porque isso está ocorrendo, isso está acontecendo desde 1996.

Ora, o Ver. Adeli Sell propõe que de uma maneira muito rápida possamos fazer o entendimento, possamos fazer uma grande comissão de alto nível para que, de fato, evolua, para que de fato saia do papel, para que de fato saia do projeto e possamos iniciar a execução dessa obra.

Já encerrando, Sr. Presidente, quero como Presidente dessa Comissão Especial, cumprimentar o Ver. Adeli Sell pelo seu Relatório, cumprimentar o Ver. João Antonio Dib pela sua participação cotidiana nessa Comissão, e saímos daqui, Ver. Adeli Sell, na certeza de que cumprimos com o nosso dever. Ajudamos a construir uma alternativa para a cidade de Porto Alegre, que tanto precisa e que tanto quer a construção do Metrô. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos apregoar a Subemenda de n.º 01 à Emenda nº 03 ao PLE nº 012/02, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e João Antonio Dib, e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 04 ao PLE nº 012/02, de autoria da Bancada do PT.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos hoje à tarde, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha, é preciso primeiro fazer um registro do nosso total desacordo com a forma grosseira como o Ver. Nereu D’Avila tratou, aqui na tribuna, o Projeto de um colega seu, o Ver. Aldacir Oliboni. Quero testemunhar, aqui também, o desagravo feito pelo Líder, o Líder do PDT, Ver. Isaac Ainhorn, que responde pelo Partido, sua já demonstrada simpatia pelo Projeto e a sua vontade, em nome da Bancada do PDT, de discutir esse Projeto para tomar posição a partir daí, junto com a população, junto com as Bancadas aqui da Câmara, com o Executivo e tudo o que for necessário.

Mas é inadmissível a forma grosseira como o Ver. Nereu D’Avila tratou aqui, não só o seu colega, como as pessoas que foram citadas aqui de maneira muito agressiva.

Quero, também, registrar, aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, aos funcionários do Montepio que hoje estão presentes da Câmara de Vereadores, que terão da Bancada do Partido dos Trabalhadores total solidariedade e parceria para arranjar uma solução e cobrar da direção do Montepio os direitos que têm. Sabemos que tem conversas, também, com demais Vereadores de outras Bancadas; nós queremos nos somar a eles. Há a sugestão de trazer a Direção do Montepio à CCJ, convocada para prestar esclarecimentos por que não está cumprindo com os direitos desses funcionários, ou bem como disse o Ver. João Antonio Dib, que a remuneração da sua direção deve estar saindo muito bem, mas nós queremos saber por que os trabalhadores do Montepio não estão recebendo os seus direitos, os seus salários. Terão, portanto, a parceria da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Sugiro que se estenda isso para uma audiência conjunta das Comissões, juntando a CCJ e a Comissão de Direitos Humanos, onde nós estaremos, sim representados para, junto com os funcionários do Montepio, junto com os outros Partidos que compõem a Câmara de Vereadores, possamos defender o direito desses funcionários, desses trabalhadores, nem que para isso seja necessário tomarmos ações judiciais, Ver. João Antônio Dib, para garantir o direito desses trabalhadores.

Por último, quero tratar aqui do Projeto que ainda estamos votando, que é o Projeto da Previdência Pública Municipal. Nós temos que apreciar ainda em torno de vinte Emendas. Para isso, nós precisamos que os Vereadores estejam presentes para que possamos votar uma a uma as Emendas.

As Emendas foram muito debatidas com o conjunto dos Vereadores, com os municipários, com o fórum de entidades, com o Executivo e com a nossa Bancada, digo a nossa Bancada da Frente Popular. Nós aprovamos o Projeto da Previdência Pública e vinte Emendas. Essas vinte Emendas foram construídas com o fórum de entidades, com os Vereadores da bancada de oposição, com os Vereadores da bancada de situação, mas o importante é que foi construída com o conjunto Câmara de Vereadores, servidores e Executivo. Nós queremos agora a continuidade dessa votação para apreciarmos o restante dessas vinte Emendas e para que também depois possamos ainda hoje, Ver. Pedro Américo Leal, ver o Projeto n.º 012/02, que diz respeito ao Plano de Carreira, que vem na seqüência, para que hoje mesmo possamos encerrar esse debate sobre a previdência, votando o Projeto que trata da Previdência Pública e depois o Projeto do plano de carreira. É importante que possamos dar uma resposta aos servidores, encerrando hoje a votação e a apreciação desse Projeto.

Faço, por último, um alerta, já que o Ver. Haroldo de Souza entrou aqui, de que há uma legislação que diz que aqui na tribuna, com a TVCâmara, Ver. Paulo Brum, que preside hoje os trabalhos, não podemos tratar da questão eleitoral, das candidaturas. O Ver. Haroldo de Souza, além de não respeitar isso, atacou de forma rebaixada, como é de seu costume, o nosso candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que tem tratado essa eleição com muito respeito, apresentando programa e projeto. Se o Vereador não está do lado dos trabalhadores sem terra, se está do lado dos poderosos latifundiários, ele que assuma aqui a sua posição, mas vamos respeitar a legislação, vamos respeitar todos os candidatos, a lei eleitoral e a Câmara de Vereadores. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Passo a presidência dos trabalhos ao Ver José Fortunati.

 

(O Ver. José Fortunati assume a presidência dos trabalhos.)

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0692/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/02, que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, disciplina o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores  do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 25, 27 a 32, 35 a 39, 41 a 43; Subemenda nº 01 às Emendas nºs 1, 3, 11, 18, 19, 21, 31 e 32, e Mensagem Retificativa nº 01. Urgência.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela rejeição do Projeto;

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Lembramos que na última Sessão votamos o PLCE n.º 001/02, a Mensagem Retificativa e as Emendas de n.º 01 a n.º 20, apostas ao Projeto, com suas Subemendas. Portanto, hoje, iniciamos o processo de votação, a partir da Emenda n.º 21. (Lê a Emenda n.º 21.)

Em votação nominal a Emenda n.º 21, aposta ao PLCE n.º 001/02. (O Sr. Presidente solicita a votação nominal.) (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM.

Votação da Subemenda n.º 01 aposta à Emenda n.º 21, aposta ao PLCE n.º 001/02. (Lê.)

Em votação nominal, solicitada por este Presidente, a Subemenda n.º 01, aposta à Emenda n.º 21, aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM.

Em votação a Emenda n.º 22 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Lê.) (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA, por 22 votos SIM.

Solicito ao Ver. João Carlos Nedel que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Votação da Emenda n.º 23 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Lê.)

Em votação nominal a Emenda n.º 23 aposta ao PLCE n.º 001/02, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 21 votos SIM.

Em votação a Emenda n.º 24 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 25 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

A Emenda n.º 26 aposta ao PLCE n.º 001/02 foi retirada.

Em votação a Emenda n.º 27 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 28 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Passo a direção dos trabalhos ao Presidente Ver. José Fortunati.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação a Emenda n.º 29 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda n.º 30 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda n.º 31, aposta ao PLCE n.º 001/02, com ressalva da Subemenda n.º 01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Juarez Pinheiro, a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 31, aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 06 votos SIM, 13 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda n.º 32 aposta ao PLCE n.º 001/02, com ressalva da Subemenda n.º 01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 32, aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Foram retiradas as Emendas n.ºs 33 e 34.

Em votação a Emenda n.º 35, aposta ao PLCE n.º 001/02.

 

(Manifestação inaudível do Ver. João Carlos Nedel.)

 

Não existe encaminhamento. Não há parecer e também não foi pedido destaque, conforme o Regimento. Há necessidade, sim, de que haja solicitação de destaque.

Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon, a Emenda n.º 35 aposta ao PLCE n.º 001/02.

Ver. João Carlos Nedel, o Regimento é muito claro: só há encaminhamento quando a emenda for destacada. Não é o caso. A emenda, para ser encaminhada, tem que ser destacada, o Regimento da Casa é muito claro. Como nenhuma das emendas foi destacada, nenhuma das emendas será encaminhada nesta votação.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): A informação que eu tive foi de que, como não houve parecer, as emendas podem ser encaminhadas, embora não sejam destacadas. Por isso eu não fiz o destaque.

 

 O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. João Carlos Nedel, o Regimento é claro, no seu art. 173: o encaminhamento se dará quando houver o destaque da emenda. Como não houve nenhum destaque, nós não teremos encaminhamento de matérias nessa votação.

Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon, a Emenda n.º 35 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 04 votos SIM, 13 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Emenda n.º 36 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 17 votos SIM, 04 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda n.º 37 aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

A Emenda n.º 38 está prejudicada pela aprovação da Emenda n.º 03 e respectiva Subemenda.

A Emenda n.º 39 está prejudicada parcialmente quanto ao inc. III do art. 8.º, pela aprovação da Emenda n.º 19 e respectiva Subemenda.

Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon, o restante da Emenda n.º 39, aposta ao PLCE n.º 001/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM, 11 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.

A Emenda n.º 40 foi retirada.

A Emenda n.º 41 foi prejudicada pela aprovação da Emenda n.º 01 e respectiva Subemenda.

Em votação a Emenda n.º 42 aposta ao PLCE nº 001/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria apenas de fazer um Requerimento para que seja considerada prejudicada a Emenda n.º 43, porque o art. 99 da Lei Orgânica dispõe que a iniciativa para consultas referendárias seja feita por dois terços dos membros do Parlamento. Nesse sentido, foi apenas um Vereador que apresentou essa Emenda, e nós entendemos e consideramos à sua decisão a necessidade de que nós venhamos a afastar do processo essa Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Respondo ao Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro. Entendo que o Ver. Juarez Pinheiro tem razão, pois o art. 99 do nosso Regimento é muito claro: (Lê.) “É assegurado, no âmbito municipal, o recurso de consultas referendárias ou plebiscitárias sobre atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo e sobre lei ou parte de lei, projeto de lei ou parte do projeto de lei, cabendo a iniciativa ao Prefeito, a dois terços dos Vereadores da Câmara Municipal ou 5% do eleitorado do Município.”

Mesmo, meu caro Ver. Sebastião Melo, levando-se em consideração possíveis antecedentes, que não se deu com esta Presidência, eu, infelizmente, devo acatar o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro e considerar prejudicada a Emenda.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, apenas para deixar como registro, V. Ex.ª já foi muito preciso nisso. Esta Casa, na Lei n.º 466, aprovou aqui o referendo, que depois foi derrubado na Justiça, de autoria de um Vereador; então a Casa, neste momento, toma um procedimento diferente da Lei n.º 466. Agora, digo que é discutível, porque imaginamos que 5% do eleitorado quer proceder, evidentemente tinha de estar na Lei, para dar o direito de 5% buscar o plebiscito. Então, essa interpretação não é tão absoluta assim. Não vou polemizar, mas penso que nesse aspecto ela não procede, porque, se 5% quer fazer o plebiscito, se não está no corpo da Lei, não pode fazer.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Sebastião Melo, agradeço pela sua compreensão, mas a decisão desta Presidência é de que procede o Requerimento e, realmente, para encaminharmos, como Vereadores, uma consulta à população, é necessário que a Emenda ou o Projeto de Lei seja encaminhado por, no mínimo, 17 Vereadores. Por isso, a Emenda n.º 43 está prejudicada.

Com isso, encerramos a votação do PLCE n.º 001/02.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0693/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/02, que estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre – PREVIMPA, dispõe sobre o Plano de Pagamento, e dá outras  providências. Com Emendas nºs 01 a 04. Urgência.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º 012/02. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto faz, por assim dizer, a fisiologia da autarquia, posto que a parte dinâmica da mesma se fez construir, se construiu pelo Projeto anterior.

Mas eu venho à tribuna, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque se trata de matéria, eu diria, contingente, para dizer aqui que a Casa terá de tomar providências no que respeita aos funcionários do Montepio.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho até que perdemos tempo, eu até me surpreendi quando recebi o abaixo-firmado aí, enfim, as reivindicações, todas as manifestações dos funcionários do Montepio. É preciso que se diga que o Montepio é uma entidade híbrida, não é e não foi uma entidade absolutamente privada, porque foi criada pela lei, e não foi criada na forma da lei. É preciso que se diga isso aqui. Então, os funcionários do Montepio têm direitos e estão aqui na Casa, falando com os Srs. Vereadores no sentido de chamar a atenção sobre a gravidade dos seus problemas. Quando nós iniciamos a discussão sobre a estrutura funcional da autarquia, é o momento de discutir esta questão ligada aos trabalhadores, funcionários, empregados do Montepio. Inclusive, vão se reunir em assembléia geral, vão tirar uma comissão e vêm para cá no sentido de buscar o nosso apoio. Volto a insistir: o Montepio foi criado por uma lei, há funcionários antigos e não podem ficar jogados à margem desse processo. Na medida em que houve a ruptura com a 466, o Montepio perdeu a receita, conseqüentemente, os salários dos funcionários passaram a enfrentar problemas e vão enfrentar problemas. Como ficará a nossa situação, perguntam os funcionários do Montepio? E a Casa vai ter que dar atenção a essa questão, que é importante, é fundamental. E eu disse antes a eles, ninguém lutou tanto pela manutenção do Montepio, mas chega um momento que não há mais o que fazer. O Montepio é uma etapa vencida, passada. Mas e os funcionários? O Montepio não é composto por paredes, prédios, máquinas, disso e daquilo; o Montepio é integrado por funcionários. Até convocaria a Bancada do PT para que olhássemos aqui - na medida em que estamos votando esta matéria objeto da estruturação de pessoal da autarquia -, para os funcionários do Montepio, eles não podem ser jogados à margem, porque, durante longos e longos anos, prestaram relevantíssimos serviços à instituição. Nós temos que encontrar uma maneira para resolver este problema. Evidentemente o Montepio terá lá suas relações no campo patrimonial, etc. e tal, a serem devidamente qualificadas, enfim decididas, mas é situação que a Casa como um todo tem de olhar.

Fica, portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a nossa manifestação, dizendo que, evidentemente, estamos discutindo favoravelmente à implementação do quadro de servidores para a nova instituição. Mas nós temos que olhar para essas pessoas que, durante anos, trabalharam no Montepio, são assalariados. Todos sabem, como de regra, os salários são baixos. Eu gostaria de incluir, nesse debate, quando se discute por assim dizer a fisiologia da autarquia, ou seja, a sua constituição funcional, que se discuta a questão dos funcionários empregados, de resto, do Montepio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. José Fortunati, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores. Este processo que nós estamos encerrando com a votação deste Projeto, é um processo longo. Ele não iniciou nesta Legislatura, ele já vem há mais de uma Legislatura. Eu espero que a Câmara tenha resolvido pelo melhor. Não é exatamente a linha que eu gostaria que nós tivéssemos adotado. Eu acredito que os funcionários, principalmente os funcionários, tiveram muitas perdas. Vou enumerar as perdas do patrimônio. Acho que todo o patrimônio do funcionalismo público, que estava englobado no Montepio, acabou perdido ou acabou numa situação muito ruim, porque, praticamente, todo ele hoje está envolvido em ações, para garantias de ações que estão na justiça e se fossem executadas, praticamente, desapareceria esse patrimônio. Então, esse era o patrimônio dos funcionários, que está praticamente desaparecendo.

Os funcionários que hoje trabalham no Montepio, como este perdeu a sua condição de exercer as suas funções normais, em todo o processo são outros extremamente prejudicados, porque, afinal de contas, eles sempre prestaram esse trabalho para o Montepio, porque todos precisam de um local para trabalhar e eles são especialistas nessa área de atendimento no campo das pensões alimentícia, que é coberta pelo Montepio. Agora o que eles sentem é uma ameaça, quinzena após quinzena, de verem os seus salários em perigo de não serem pagos, porque com o problema dos repasses a capacidade econômica do Montepio não é boa, então, os funcionários, hoje, vivem um verdadeiro terror.

Aliás, hoje é dia 11 de setembro, dia dedicado ao terror, e os funcionários estão vivendo um verdadeiro terror.

O que estou pedindo, Ver. Juarez Pinheiro, não é muito, aos Vereadores de situação é que, antes de votarmos esse processo, nos reuníssemos - dentro desse processo ou fora dele, eu realmente não tenho uma definição muito clara -, para que pudéssemos discutir uma saída para esses funcionários, cerca de cem pessoas, que pudessem, de alguma forma, sair desse campo tenebroso onde se encontram e pudessem vislumbrar uma perspectiva mais clara. (Palmas.)

Eu acho que, se votarmos este Projeto, hoje, estaremos talvez terminando, Ver. Marcelo Danéris, com uma das possibilidades, não estou dizendo que essa seria a possibilidade, mas eu não gostaria de fechar esta que é uma das portas existentes. Eu gostaria, antes de votarmos esse Projeto, que pudéssemos realmente fazer essa discussão e quem sabe, mais um dia ou mais outro dia, até que nós pudéssemos ter uma definição melhor com relação aos funcionários do Montepio, nós, então, partiríamos para a votação deste Projeto, que, vamos dizer assim, não é o Projeto que vai trazer as maiores complicações, muito embora as grandes discussões que eu vejo surgidas, se realmente compensa criar cento e tantos cargos, se não compensa criar cento e tantos cargos, só que acho que, como se aceitou fazer uma autarquia, já é alguma coisa que está sacramentada, eu acho que, realmente, tem que se criar uma estrutura para que esta autarquia, realmente, possa sobreviver, possa existir.

Então, eu acredito que antes de discutirmos este Projeto, propriamente dito, de vermos quais são os seus benefícios e quais são os novos prejuízos para o funcionalismo, que pudéssemos de alguma forma paralisar o processo de votação e começarmos a discutir, agora, os novos prejudicados nesse processo todo que está terminando agora nesta votação da Previdência dos Municipários, que são os empregados, celetistas lá do Montepio. Então, é este pedido que deixo para a bancada situacionista, que ganhou praticamente tudo nesta votação. O Projeto todo foi votado exatamente de acordo como V. Ex.as quiseram, em justas, lícitas negociações que fizeram com alguns expoentes da oposição, aqui, nesta Casa e que garantiram que o Projeto fosse votado tal qual a vontade do Governo. Mas eu acredito que nós não devemos causar novos prejuízos, e eu acho que esse seria um novo prejuízo que iríamos causar se fossemos votar apressadamente, açodadamente este Projeto que aqui está. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02, por cessão de tempo do Ver. Cassiá Carpes.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu volto à tribuna, exatamente, dentro daquela colocação, preocupado, e todos estão preocupados, é bom que se diga aqui, com os funcionários do Montepio: o Montepio tem um patrimônio. Como está esse patrimônio? O que se pode fazer? Todos aqui, funcionários, aqui... Está lá, eu vejo nas galerias uma das lideranças do funcionalismo, o Dr. Rigotti, que também é um sócio do Montepio; somos acionistas, Dr. Rigotti, do Montepio. E esse patrimônio? Não seria possível, Sr. Presidente e Srs. Vereadores... Eu estou vendo a questão social, a questão dos funcionários do Montepio. Vamos deixar claro: a situação dos funcionários do Montepio. Não se poderia aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Juarez Pinheiro, Liderança do PT, enfim... Que possibilidades teríamos, de repente, de buscar uma negociação? E o Montepio tem patrimônio. Até que ponto esse patrimônio... É claro, está na Justiça, sabemos de todas as discussões, mas a discussão vai se perpetuar. Afinal de contas, o que resta? Se é que resta? Amanhã ou depois esse patrimônio estará esvaído, porque não entra receita, pagam-se as despesas do funcionário, vai, vai e termina. Não seria o caso de dar uma parada aí, a Casa, o Executivo, enfim: “Olhem, como resolvemos com os funcionários municipais que são associados ao Montepio? Vamos fazer uma negociação, vamos pegar esse patrimônio e colocar para dentro de um Fundo?” É possível fazer uma grande negociação preservando os funcionários, é possível do ponto de vista jurídico. Creio, Ver. Juarez Pinheiro, que temos que trabalhar nessa linha, porque realmente é uma situação. Isso veio tão tarde, é como aquele filme “Esqueceram de mim”; aconteceu com os funcionários do Montepio, porque a discussão se deu no terreno político da coisa, a direção do Montepio... E os funcionários? E o corpo de funcionários, que, ao longo do tempo, prestaram relevantes serviços? Vejam, o Montepio foi criado por uma lei, não foi criado na forma da lei. Então tem uma natureza jurídica que não é pública, não é privada, é meio híbrida – esse seria o termo. Então, que bom se conseguíssemos encontrar uma forma, uma maneira, Ver. Juarez Pinheiro – V. Ex.ª que é jurista e que conhece o assunto –, na tentativa de achar uma solução, pois é um problema social. São cento e pouco funcionários...

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, eu também sigo a linha do seu discurso. E V. Ex.ª levantou esse problema num momento muito oportuno. Eu também sugiro que se abra uma discussão para que se forme isso numa fundação, para que esse funcionário, na linha do discurso de V. Ex.ª, tenham uma garantia com este patrimônio, sendo transformado num fundo. Sou grato a V. Ex.ª.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: A questão da autarquia é definitiva. Esse Projeto será aprovado, Srs. funcionários, mas e aí? E esse patrimônio do Montepio? Os funcionários, afinal, grande parte aqui, somos associados do Montepio, não teríamos de encontrar uma maneira, uma forma, valendo-nos dessa situação de votação, no sentido de buscar uma solução? É a questão que coloco, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, neste momento assume a tribuna um Vereador muito antipático, porque falar a verdade, de repente, torna-se antipatia, mas, ao longo da minha vida pública, eu já fiz alguns amigos por dizer “não”, e eles ficaram satisfeitos, porque eu expliquei o porquê do “não”. Então, estamos, neste momento, votando um plano de carreira para preencher as necessidades da autarquia. Essa autarquia, com este plano, só pode receber concursados ou cargos em comissão. Não existe outra maneira de fazer.

(Manifestações das galerias.)

 

Evidentemente que cada um dos 33 Vereadores tem preocupação, sim, com os atuais empregados do Montepio, mas, no nosso entendimento, pode surgir a solução no momento em que aquele patrimônio, que é dos servidores, for encampado pela Prefeitura, e deverá ser buscada uma solução para cada um dos senhores que hoje estão realmente atrapalhados. O resto é discurso! Não há o que fazer. Há que ser antipático, como eu estou sendo agora, mas eu não vou frustrar ninguém, ninguém será frustrado - sabe exatamente o peso de cada coisa.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª não quer frustrar ninguém. Então, não pode dizer que existe patrimônio no Montepio. V. Ex.ª conhece o Montepio e sabe muito bem que todo o patrimônio já está comprometido.

(Manifestações nas galerias.)

 

Então, quando V. Ex.ª fala assim, está, na verdade, talvez, passando uma impressão enganosa para os funcionários.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Luiz Braz, eu não falei em patrimônio do Montepio, eu disse que o patrimônio era dos municipários. Se eventualmente ele está penhorado, eu também quero dizer que, se tem de pagar atrasados, eu sei quem paga. Não será o patrimônio dos municipários. Então, quanto ao patrimônio dos municipários, tem de ser dado um final para ele, tem de ser resolvido.

E a experiência nos mostra que, no momento em que a Prefeitura terminou com os bondes da Cia. Carris Porto-Alegrense, através de um convênio resolveu o problema dos excedentes que lá estavam e que não podiam ser aproveitados. Eu penso que ninguém é desumano a ponto de... Eu vi gente que tem 29 anos de Montepio. Ninguém está despreocupado, todo mundo quer uma solução para isso. Mas eu penso que a gente tem de colocar as coisas no lugar certo na hora certa. Tem de haver responsabilidade no que se afirma. Não tem outra maneira de fazer. Então, nós estaríamos aqui levando adiante a ilusão de que vamos fazer... Nós não vamos fazer, não! Mas também o patrimônio dos municipários não vai ficar para algumas pessoas que, mesmo afastadas, estão recebendo salários – e altos salários – do Montepio.

 

 (Manifestações nas galerias.)

 

Não vai acontecer isso, não! A Prefeitura continua descontando o pecúlio e o Montepio recebendo. Não estou entendendo o que está acontecendo. Alguma providência imediata tem que ser tomada, mas não com palavras. Têm que ser tomadas ações imediatas para buscar uma solução definitiva, e não deixemos mais martirizados do que estão hoje os servidores do Montepio. Salários foram rebaixados; horário rebaixado, simbolicamente, mas continuam trabalhando no mesmo horário. Essas dificuldades têm que ser superadas. E, ao lado dos servidores do Montepio, a Câmara tem que se colocar, sim, mas não se faça isso pensando que podemos colocar este projeto de lei e que seria apenas para provocar o Prefeito e o Executivo, que vai ter que vetar, porque o quadro só se compõe através de servidores concursados, e alguns cargos em comissão. Nós analisamos, são oitenta e quatro cargos, dos quais treze podem ter função gratificada, e seis cargos em comissão. Há algumas Emendas, a primeira Emenda da nossa autoria, com outros Vereadores, e com servidores também, está colocando assistente social, médico e procurador. A Emenda n.º 02... A Emenda n.º 03...

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Antonio Dib, apenas para colaborar com V. Ex.ª, quero ser responsável no que vou dizer agora, e veja bem que estou colocando no condicional. Pessoalmente recebi uma denúncia de que em torno de 259 mil reais, que, por determinação judicial, o DMLU teve de repassar para o Montepio, referente ao mês de outubro de 2001, não teriam entrado ainda no caixa do Montepio. Chamo a atenção para esse fato, e não estou dando ele como definitivo, tenho essa denúncia, porque o advogado que teria, através de um alvará, levantado esses fundos judicialmente, não os teria passado para o caixa do Montepio. Não sei se já não o fez, após o recebimento por mim desta denúncia, mas isso apenas reforça o que V. Ex.ª diz. O que penso é que esta Câmara, responsavelmente, poderia fazer, porque aquele patrimônio foi constituído com o dinheiro dos servidores e dinheiro público, seria verificar, por exemplo, se esses 259 mil reais poderiam suportar o pagamento dos servidores, que estão hoje, aqui, a requerer os seus salários atrasados, se isso fosse possível, porque aqueles recursos iriam para o Montepio, que não tem mais a tarefa de pagar pensões. Esta Câmara de Vereadores poderia, por exemplo, formar uma Comissão Especial e verificar se esses 259 mil reais entraram ou não entraram na contabilidade do Montepio; se por acaso não entraram poderíamos envidar esforços para que esses recursos entrem no caixa e que imediatamente os servidores do Montepio possam receber os seus salários atrasados.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: O meu tempo está esgotado. Há algum Vereador que queira se inscrever para ceder o seu tempo para que eu possa concluir?

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Pedro Américo Leal se inscreve e cede seu tempo a V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Muito obrigado, Ver. Pedro Américo Leal. Na Emenda n.º 03 nós estamos fazendo uma alteração para que a Direção da autarquia possa também ser exercida pelos aposentados. Eles estavam excluídos e nós os estamos colocando aqui; e na Subemenda nº 03 nós estamos colocando o problema de código, que estava mal disposto.

Quero dizer a todos os Vereadores que são 84 cargos criados, e não dizemos que os 84 vão ser preenchidos, serão preenchidos à medida das necessidades, reduzindo o quadro dos servidores municipais. É importante que se saiba isso. Portanto, não estamos criando um “trenzinho da alegria”; nada disso! Nós estamos fazendo isso com absoluta responsabilidade, e na medida do provimento desses cargos eles serão extintos na Administração.

Colocado o problema dos servidores do Montepio, eu acho que não ficaria nada mal uma comissão desta Casa falar com S. Ex.ª o Sr. Prefeito, desde que nós decidimos a matéria que interessa aos municipários. Vamos procurar uma solução também para os trabalhadores do Montepio. Estou lançando a idéia; acho que cinco ou seis Vereadores - não precisamos levar doze ou quinze, porque aí vai complicar - para ajudar a encontrar uma solução e saber por que o dinheiro que está sendo repassado inclusive pelo próprio Município ainda não está chegando às pessoas que têm o direito de recebê-lo. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente acho que nós temos de concluir o processo de votação, Ver. Sebastião Melo. Nós constituímos a autarquia e agora temos de nos debruçar sobre o Plano de Carreira. Existem Emendas para qualificar o Projeto. A matéria está densamente discutida. O Ver. João Antonio Dib frisou que os 84 cargos, vale dizer, os cargos são aqueles que depois serão providos mediante concurso público, ao qual qualquer brasileiro, nos termos da lei, está habilitado a concorrer e participar.

Originalmente, eram 85 cargos, mas em função dos acordos, dos consensos, os cargos foram para 84, e os cargos acrescidos foram os de Médico, Assistente Social e Procurador, isso foi o que fez a elevação do número de cargos. As FGs são 14 e os CCs são 6. De fato, só 4 cargos estão destinados a pessoas que, a forma da lei, não sendo funcionários públicos, providos por concurso, poderão a eles ser nomeados, porque o Diretor Administrativo e o Diretor Previdenciário também são CCs, mas eles são cargos de funcionários. Então, temos o Assistente, o Oficial e dois Secretários de Conselhos, sendo CCs 5 e CCs 4, só isso.

A Emenda que possibilita a presença de inativos na Direção é absolutamente correta e ela abre, portanto, a experiência daqueles que já prestaram serviços ao Município e hoje encontram-se aposentados.

Quero falar sobre a questão dos funcionários do Montepio. Eu conversei com uma comissão de funcionários que, por sua vez, também conversaram com o meu Líder, Ver. Marcelo Danéris. Naquela oportunidade, eu disse para esse grupo de funcionários que eles têm, da nossa Bancada e deste Vereador, solidariedade política e parceria para na política encaminhar as questões relativas aos funcionários. Mas aqui precisamos ser claros, honestos e francos, aliás, coisa que eu coloquei na minha conversa com os funcionários e agora para o conjunto deles que nos dão a honra de assistir a esta Sessão Plenária. Os funcionários do Montepio são funcionários de uma instituição privada, portanto, como qualquer outra empresa. Não haverá, aqui no Legislativo, possibilidade legal de se fazer com que eles venham entrar no processo que não seja mediante o concurso público, que será aberto a partir da aprovação desses 90 cargos, que são aos que eu me referia antes: 84 por cargos e 6 de CCs, que estão fora do concurso público.

Agora, há que se frisar, eu falava, há pouco, com um funcionário, amigo meu de muito tempo – inclusive, não tivemos a mesma posição política a respeito desse episódio da autarquia e da previdência; não tivemos a mesma opinião, mas nem por isso deixamos de ter reconhecimento e respeito mútuo –, acho que devemos começar a tratar de forma diferente a questão do patrimônio do Montepio.

Tem uma parte do patrimônio do Montepio que não é privado do Montepio enquanto instituição ou personalidade jurídica: ela é dos funcionários que constituíram, dado que o Montepio, que recolhia pensões e pecúlios, deveria ter capitalizado esses recursos. Aliás, o Ver. João Antonio Dib, por várias vezes, citou, nesta tribuna e no Plenário, que, pelos cálculos deles, depois de trinta e nove anos de contribuição do corpo dos funcionários, que era de 4,75 para funcionários e aposentados até o ano passado, o patrimônio que envolve o Montepio deveria ser em torno de mais de 1 bilhão de reais. Vale dizer, seriam os recursos, a poupança feita pelos funcionários para serem aplicados ao longo do tempo para os pensionistas. E todos sabem o cálculo: tem de ser um montante, um capital de tal ordem e volume que fosse gasto até morrer o último pensionista. Essa é a aritmética do processo.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Vereador, seu tempo está esgotado.

A Ver.ª Maria Celeste inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Estilac Xavier para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Eu agradeço muito à minha colega por sua gentileza, que me permite exaurir os meus argumentos.

O volume de recursos, portanto, capitalizados, deveriam significar a poupança dos pensionistas. Ora, aqui e agora se declara, e é sabido e é público e notório, que não há patrimônio, hoje, que se iguale a esse valor, pois está penhorado em função de várias ações.

Eu sugeri, esses dias, por um grupo de aposentados que muito me honraram com a interlocução que, por várias vezes, fizemos – que está na hora de a Assembléia dos Representantes, que são os definidores da política do Montepio, fazer com que esse recurso contabilizado, em nome dos pensionistas passe a ser gerido pelos funcionários. Se, na verdade, é uma instituição privada, cuja assembléia delibera sobre os destinos dos seus bens - a parte que cabe aos funcionários, aos pensionistas -, que são aplicados e que foram aplicados por aposentados até hoje, para garantir as pensões dos seus cônjuges, devem ser passados para a autarquia, sim, por ato e resolução e deliberação da assembléia. Isso cabe a quem? Aos que são associados do Montepio, aos seus integrantes. Agora, há uma parte da atividade do Montepio, fora aquela de ser capitalizada, que é outra atividade, porque outras tantas foram agregadas ao Montepio e todos nós sabemos o que nós consideramos, ao longo do processo, um desvio de função. Mas essa parte tem que garantir, aí sim, as ações trabalhistas dos funcionários, os quais sabem que nós temos apreço, e queremos, como Partido que sempre fomos, estar ao lado, independente da opinião política que cada um teve no processo. Então, é muito bem-vinda essa sugestão do Ver. João Antonio Dib, de que a Câmara tem que tratar disso.

Eu penso que a Câmara teria que fazer mais, Ver. João Antonio Dib, nós teríamos que acompanhar, em função de que são recursos de funcionários públicos, que é interesse do Município, porque isso tudo vai ter de ser discutido na Justiça, até a execução, a venda dos bens e a passagem deles para o patrimônio da autarquia, que é de fato agora a gestora de todos esses recursos, que deverá ser no futuro. Nós deveremos acompanhar isso. Afinal, são quantos milhões que há lá? São 30, alguém já disse isso, alguns já falaram em 80, mas nunca passaram de 150 milhões. Agora o Ver. João Antonio Dib, por várias oportunidades disse: "pelos meus cálculos simples, são mais de 1 bilhão”.

Então, Ver. João Antonio Dib, a Casa tem que fazer mais, e nós vamos ter que estudar, para o processo terminar a contento, para o bem dos funcionários que têm proventos atrasados, salários, horas, etc. Eu também abismado soube, há poucos dias, aqui na cidade vizinha de Eldorado, que os diretores, aqueles que foram afastados do Montepio, chegam a acumular dois salários, que vão a mais de 10 mil reais. E eu vejo os funcionários, que não estão na miséria, evidentemente, mas sofrendo o ônus de toda a política econômica, que também se abate sobre o Município, o qual de forma permanente tenta resgatar, a partir de uma bimestralidade, pelo IGPM médio. Mas isso é absolutamente injusto, e talvez explique muitas coisas que ocorreram no passado. Mas o passado está morto. Temos de tratar agora do futuro, e acredito que, aqui nesta Casa, todos serão associados: o Ver. Luiz Braz, que levantou a questão; o Ver. Elói Guimarães, que levantou a questão. Acredito que temos de montar uma Comissão que persiga ordinariamente e acompanhe todos os passos para sabermos o que a Assembléia de Representantes vai fazer para avaliar os bens, que são propriedade dos funcionários, pensionistas e aposentados que lá estiveram. Nós temos a obrigação de fazer isso. Temos de votar um decreto neste Plenário e constituir cinco Vereadores, em nome desta Casa, para acompanhar; porque o Montepio lá do passado, de trinta e nove anos atrás, foi criado por esta Casa com a preocupação de os funcionários aposentados garantirem suas pensionistas. E nós não podemos agora frustrar essa expectativa. Sei que a grande preocupação que acabou inclusive incidindo nos deslindes, nas controvérsias, nos debates e nas oposições foi o fato de os servidores sempre acharem que teria de haver uma maneira de garantir que aquele patrimônio fosse incorporado para o futuro. E achavam que isso poderia ser dado com uma gestão só de funcionários. Todos legítimos. Não necessariamente concordávamos, mas eram legítimos.

A minha Bancada vai propor ao nosso Líder, Ver. Marcelo Danéris, na esteira da fala do Ver. João Antonio Dib, que esta Casa constitua e vote uma resolução que acompanhe permanentemente o deslinde e o fim do processo do Montepio. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos votando o acessório. O principal desta matéria já foi vencido. Foi criada a autarquia e, conseqüentemente, tem de vir, na esteira da criação da autarquia, o Plano de Carreira. Quanto a isso, acredito que não paira nenhuma dúvida em nenhum de nós, Vereadores desta Casa. A segunda questão que quero colocar é se o número de cargos corresponde à necessidade da gestão. Eu confesso que não sei responder essa questão. Eu busquei uma informação e não sei se ela é precisa, mas vou lançá-la porque me informaram, por telefone: disseram que a Fundação BANRISUL, por exemplo, que gesta 12 mil, entre os ativos e inativos, têm quinze funcionários, a Fundação BANRISUL. Eu quero checar se isso é verdadeiro ou não, Ver. João Dib, porque acho que é um parâmetro para saber se 84 cargos criados, mesmo tendo um dispositivo dizendo que não vão ser preenchidos todos agora, não sei se essa dimensão... Mas como o Projeto anterior não teve nenhuma discussão, na minha avaliação, com a profundeza necessária nesta Casa, é difícil estabelecer um parâmetro, se 84 cargos é demais ou de menos, não sei responder. Alguém poderá dizer: “Olha, é o suficiente.” Eu acho, partindo desse parâmetro, mas eu acho que a FAMURS deve ter bons exemplos que poderia trazer para o debate. Aliás, quando da constituição da Comissão eu fiz, indiquei que uma das primeiras entidades que deveriam ser ouvidas sobre a matéria que foi votada e sobre esta matéria agora em votação seria a FAMURS.

Quanto aos nossos funcionários do Montepio, têm a nossa solidariedade e o nosso respeito. Agora, é preciso dizer o seguinte: com a Constituição de 1988 o acesso ao cargo público é só através de concurso. “Vírgula,” com exceção da Administração da Frente Popular, especialmente em Porto Alegre, que se utiliza das famigeradas cartas-contrato para burlar a Constituição. Deve-se deixar registrado porque senão parece que os parceiros do Governo não fazem com que as pessoas só tenham acesso, aqui, através de concurso público. Aqui na Prefeitura de Porto Alegre, lamentavelmente, não é assim. Eu posso buscar nas minhas prateleiras e ver que são algumas dezenas de cartas-contrato, que, de 1989 até agora, são concebidas pela Administração Municipal.

Então, não dá para vender ilusão, mas também não dá para dizer que a Administração vem aqui dizer: “Olha, nós não temos outra prática a não ser através de concurso.” Isso não é verdadeiro.

Eu vou fazer uma pesquisa nesse sentido, talvez os senhores, que são mais antigos nesta Casa do que eu, saibam; eu sei, por exemplo, que lá na FASC há alguns celetistas que foram incorporados pela Prefeitura, eu gostaria de saber como foi isso. Eu sei que isso aconteceu, se é que não estou enganado, Ver. Elói. Sou francamente favorável, é absolutamente procedente que se crie uma comissão, não apenas para acompanhar. Mas nós temos responsabilidades, e o patrimônio do Montepio é dos municipários, e se é dos municipários, diz respeito a um conjunto de servidores que, ao longo da sua caminhada, foram constituindo aquele patrimônio. Nós sempre tivemos posição muito clara, Ver. Juarez, agora, pensamos que, quando o síndico está mal num prédio, não precisa destruir o prédio. Por isso os funcionários, “entre o mar e o rochedo”, são os mariscos na história; são pessoas sérias, trabalhadoras que constituíram a sua vida lá dentro, trabalhando com muita transparência e muita honestidade. Se o síndico do edifício está mal, nós não podemos atingir os funcionários do prédio porque ele vai mal. Porque o síndico foi muito mal. Por isso, Ver. Elói Guimarães, acho oportuníssimo. Aliás, quando hoje me procuraram - e vejo algumas pessoas que me procuraram -, eu disse mais, eu disse: “Olha, os senhores, não sei se estão chegando muito atrasados, mas deveriam ter produzido, inicialmente, na Comissão de Constituição e Justiça, um debate sobre esta matéria já há muitas semanas”. Talvez ainda seja possível, Ver. Elói Guimarães, se houver a sensibilidade. Porque não vai criar nenhum problema para o Governo deixar de criar o Plano de Carreira, porque a questão maior, Ver. Juarez Pinheiro, já está resolvida. Criar o Plano de Carreira, por intermédio de votação hoje, ou daqui a uma semana, ou daqui a dois dias, não há problema nenhum, então eu penso que é uma questão de bom-senso o apelo feito pelos Vereadores, desta tribuna, no sentido de se que pudesse fazer uma interlocução com esses funcionários e, evidentemente, com todas aquelas outras questões aqui colocadas. Mas quero ratificar, Sr. Presidente, que o Governo Municipal, que a Constituição Federal... Portanto, não dá para iludir, dizendo que vai colocar, não dá para fazer isso, é só por intermédio de concurso público, mas que fique registrado que, na Administração da Frente Popular, as cartas-contrato, burlando a Constituição, são, não uma exceção, mas uma questão que acontece quase que mensalmente na Administração da nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE n.º 012/02.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Aldacir Oliboni, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, especialmente os funcionários do Montepio que aqui vêm com a sua representação, preocupados com a sua situação. Queríamos dizer, em nome da Bancada do PC do B, nessa discussão da matéria, em primeiro lugar, que entendemos, como já outros colocaram aqui, que o essencial já foi resolvido, que é a criação da previdência pública municipal, encerrando uma página onde a previdência era privada através do Montepio. Portanto, urge, é importante, é necessário que o quanto antes demos condições de funcionamento para o PREVIMPA, evitando qualquer vazio na concretização dessa entidade. Portanto, o plano de carreira, o plano de pagamentos e o quadro de funcionários, que é o que trata este Projeto que está em discussão, devem ser, se possível hoje, resolvidos. No essencial, não vemos problemas, e as emendas existentes nos parecem que aperfeiçoam questões necessárias. Parece-nos fundamental, portanto, tratar dessa preocupação sobre a situação dos funcionários. Entendo, e já colocava para a comissão dos funcionários, que não podemos, nesta Lei que estamos aprovando, resolver o problema, visto tratar-se de funcionários de uma entidade privada. Mas como o Montepio é passível da fiscalização desta Casa e haverá toda uma discussão sobre o patrimônio até agora gerido pelo Montepio - e é importante deixar claro que não é um patrimônio do Montepio, mas é um patrimônio dos funcionários do Município, que está sendo gerido pelo Montepio -, creio que a proposta de uma Comissão desta Casa - conversava com alguns Vereadores -, que, creio, seria uma Comissão Externa, teria o objetivo de fiscalizar o que está acontecendo com o patrimônio, com as verbas que o Montepio recebeu. Com isso que sejam garantidos os direitos dos trabalhadores que lá atuam. Também entendemos que o número de cargos existentes é um número adequado – são aproximadamente 84 cargos. É bom dizer que o Montepio atualmente dispõe de 112 funcionários, se não me equivoco, e que não nos parece nenhum exagero a proposta que o Governo Municipal nos traz. Como foi também bem esclarecido, não significa que todos os cargos serão preenchidos, mas o serão na medida da necessidade.

Por isso, então, em nome da Bancada do PC do B, registramos a nossa solidariedade e a nossa parceria com os funcionários do Montepio, que nada têm a ver com a polêmica entre uma previdência pública municipal ou a existência do Montepio, questão, aliás, já resolvida e que não cabe mais discutir. Nós agora temos que nos preocupar - e estamos solidários e somos parceiros - é com a situação em que esses trabalhadores poderão ficar, principalmente sabendo que não só não receberam a reposição salarial a que tinham direito por dissídio como tiveram redução de carga horária com redução de salários; não vêm recebendo os vales-refeição e vêm tendo uma série de atrasos, o que mostra que há uma situação de dificuldades. A posição da Bancada do PC do B é favorável ao Projeto, solidária com os trabalhadores do Montepio e propondo que esta Comissão que foi comentada aqui seja uma Comissão Externa para acompanhar desde agora o que está acontecendo com os funcionários e com o patrimônio do Montepio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrada a discussão. Em votação o PLE n.º 012/02 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade

Aprovamos o Projeto com ressalva das Emendas.

Em votação a Emenda n.º 01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 02, de autoria do PT e do PC do B, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda n.º 01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, à Emenda n.º 03, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa). APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Subemenda n.º 01, de autoria da Bancada do PT, à Emenda n.º 04, aposta ao PLE n.º 012/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer que passemos a apreciar o Requerimento de n.º 143/02, Moção de Solidariedade à Comissão Integradora das Associações de Professores de Línguas Estrangeiras Modernas pela sua luta na opção de vários idiomas estrangeiros no vestibular de Medicina e Nutrição da UFRGS, tendo em vista a urgência do tema.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, para que seja apreciado o Requerimento de n.º 143/02, de autoria do Ver. Adeli Sell e outros.(Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Requeiro que seja incluído o PLL n.º 142/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Requeiro que seja votada a Moção de Solidariedade aos Bancários, de autoria dos Vereadores Marcelo Danéris e Raul Carrion, Requerimento n.º 141/02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, solicito um espaço de tempo para ordenarmos os trabalhos.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h29min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 17h32min): Estão reabertos os trabalhos.

Sr. Vereadores, colocamos em votação a seguinte ordem para as votações: Requerimentos de n.ºs 141/02, 143/02, 144/02 e o PLL n.º 110/02, o PLL n.º 111/02, o PLL n.º 112/02, o PLL n.º 142/02 e o PLL n.º 271/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 141/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris e Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 143/02, de autoria do Ver. Adeli Sell e outros. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 144/02, de autoria do Ver. Paulo Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4022/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 271/01, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que denomina Rua Três Passos um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 02-09-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 271/01, de autoria da Ver.ª Maria Celeste. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 271/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda n.º 01 ao PLL n.º 271/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1855/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Travessa Cosme e Damião um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 21-08-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 110/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 110/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1856/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Rua Gabriel Ramos Porto um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

Parecer:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 21-08-02;

- incluído na Ordem do Dia  por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 111/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 111/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2387/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/02, de autoria do       Ver. Pedro Américo Leal, que altera a Lei nº 8.780, de 9 de outubro de 2001, que denomina Rua Jorge Furtado um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-09-02, por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 142/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 142/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria que incluísse para votação de hoje o PLL n.º 189/01 e o PLL n.º 191/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Antes porém, Vereador há outros Projetos a serem votados.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1875/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Waldyr Echart um logradouro cadastrado, localizado no Bairro Restinga.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 02-09-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 112/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 112/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1952/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Osvaldo Moura Nascimento um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 28-08-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 118/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 118/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver. Paulo Brum, no meu entendimento a comunidade está sendo enganada ao denominar uma rua com o nome do terrorista Carlos Marighella. Eu tenho documentos comprovando que esse senhor é autor do manual do terrorismo. Se querem colocar em Porto Alegre uma rua dessas...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Só se houver consenso, senão não colocaremos em votação.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Tudo bem, eu tenho em meu gabinete...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz solicita verificação de quórum. (Pausa.) Não havendo quórum, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h40min.)

 

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